O ministro das Relações Exteriores, José Serra, deixou o cargo, na última quarta-feira (22). Em carta, enviada a Michel Temer, Serra, que estava no cargo desde maio do ano passado, diz que a demissão se deve a “problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de Chanceler”, diz o comunicado.
Veja abaixo a íntegra:
Serra, que está prestes a completar 71 anos, foi submetido em dezembro a uma cirurgia na coluna cervical, não detalhou sua condição médica na carta.Ele disse, entretanto, que sua recuperação demorará ao menos quatro meses e que “honrará” seu mandato no Senado Federal, o qual pretende reassumir. Marcos Galvão, secretário-geral do Itamaraty, assume interinamente o posto.
No Ministério das Relações Exteriores, Serra deixou claro desde o início que o objetivo de sua gestão seria as relações comerciais e a busca por acordos bilaterais. Foi responsável por uma virada da diplomacia brasileira dos últimos anos ao engrossar a voz com a Venezuela e outros países do chamado eixo-bolivariano.
Ao lado da Argentina de Mauricio Macri, foi um dos responsáveis por suspender a Venezuela do Mercosul, argumentando problemas políticos internos que vão contra os princípios democráticos do bloco.
José Serra é o sétimo integrante do ministério de Michel Temer a sair do governo. O primeiro foi Romero Jucá, afastado do Planejamento dez dias depois de empossado após ser flagrado numa conversa telefônica com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado tramando para “conter a sangria” provocada pela operação Lava Jato. Depois de Jucá, saíram Fabiano Silveira, do Ministério da Transparência; Henrique Alves, do Turismo; Fábio Osório, da Advogacia Geral da União; Marcelo Calero, da Cultura e Geddel Vieira Lima, Secretário de Governo.
Com informações do El País
Foto: Ueslei Marcelino / Reuters