Jornalista seqüestrado e agredido por oficiais do exército

Os fatos ocorreram pelas 6 da manhã -hora local- de 16 de junho, quando o jovem repórter entrou no lugar em que se encontrava Huayunga Vela, com a finalidade de coletar seu testemunho a respeito do sucedido no posto de vigilância com os guerrilheiros colombianos. Passados cinco minutos de iniciada a entrevista, a Coordenadora Nacional de Radio (CNR) informa que "membros do Exército entraram abruptamente na residência. Depois de ser abordado, Alvarado Tuesta foi algemado e trancado em uma residência pelo tempo de 30 minutos. Além disso, lhe tiraram todos os seus pertences, entre eles os equipamentos de comunicação".

 
Um número importante de jornalistas de distintos meios de comunicação se fez presentes no hospital para exigir a liberação de seu colega. Quando finalmente foi liberado, Alvarado declarou que "me fizeram feridas no peito, destroçaram minha roupa e me advertiram que me seguiriam através de seu serviço de inteligência. Nós apenas buscamos a verdade e por isso entrevistamos o soldado. As autoridades militares nunca dizem a verdade sobre este tipo de fatos por isso fizemos todo o possível apara obter a entrevista. Vou denunciar estes maus militares pela transgressão que sofri", segundo publicado pela Coordenadora Nacional de Radio em sua página na web.
 
No dia seguinte apresentou a denúncia formal contra seus agressores à Quinta Procuradoria Mista de Maynas na companhia de seu representante, Rita Ruck Riera, advogada de direitos humanos de Vicariato Apostólico de Iquitos, pelos delitos de maltrato físico e psicológico, e seqüestro.
 
Em declarações públicas, Alvarado disse que "nós desconfiamos do Exército, mais também porque o chefe da Quinta Região Militar do Oriente, Francisco Vargas Vaca tem desmentido a presença de guerrilheiros das FARC em nossa zona de fronteira".
 
O chefe da Quinta Região Militar do Oriente, Francisco Vargas Vaca, apresentou uma denuncia contra o jornalista agredido. Segundo o militar, o repórter radialista entrou no hospital apresentando uma falsa identidade e para conseguir a entrevista ofereceu dinheiro ao soldado.
 
Ambas afirmações foram desmentidas por colegas de outros meios de comunicação. Segundo informa a CNR, "Rosa Cárdenas, jornalista do diário a República, assegurou que esteve junto com Genaro Alvarado no dia que entrou no hospital militar para o qual se identificou com seu documento nacional de identidade (DNI)". Por sua vez, "similar posição teve Jorge Carrillo, editor do Diário Pro y Contra, que pediu tolerância ao chefe militar em relação ao trabalho dos meios de comunicação que apenas buscam chegar a verdade dos fatos".
 
Lilia Reyes Ruiz, representante de Defensoria do Povo (DP), repudiou a agressão e anunciou que se iniciará uma investigação sobre o ocorrido. (Adital )

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.