A Federação Sindical Mundial (FSM), entidade a qual a CTB é filiada, expressou nesta segunda-feira (3) sua solidariedade ao povo turco, por conta da onda de repressão colocada em prática pelo governo do país, em resposta aos protestos que têm mobilizado centenas de milhares de pessoas nos últimos dias.
Os atos começaram na sexta-feira (31) devido a um projeto de renovação da praça Taksim de Istambul, que envolvia o corte de centenas de árvores e a construção de um complexo imobiliário. Posteriormente, foram desencadeadas diversas reações contrárias ao governo. Desde então, milhares de pessoas já foram presas e dois jovens morreram.
Entre outras coisas, os manifestantes acusam o governo turco, sobretudo Erdogan, de autoritarismo e de sufocar a opinião a popular. Por sua vez, o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, minimizou a onda de manifestações que se espalhou pelo país nos últimos dias. De acordo com o político, que responsabilizou o opositor Partido Republicano Popular de estar por trás das mobilizações, os protestos foram incitados por meio de redes sociais e não devem continuar por muito tempo.
Veja abaixo a nota emitida pela FSM:
A Federação Sindical Mundial, representando 86 milhões de trabalhadores em 120 países, expressa sua solidariedade aos protestos do povo turco e denuncia, da forma mais enfática, o violento estado de violência do governo contra os manifestantes.
Desde sexta-feira, 31 de maio, quando um grupo de manifestantes na Praça Gezi foi atacado pela polícia, por condenarem a decisão de construir um Shopping Center naquele local, a violência contra eles aumentou continuamente.
A frustração do povo turco e sua massiva participação nos protestos mostra a profunda desigualdade na sociedade turca, onde os direitos sociais e trabalhistas estão sob ataque.
Centenas de pessoas ficaram feridas, enquanto o número de mortos aumenta. Exigimos que o governo turco pare com a violência contra o povo.
A Federação Sindical Mundial expressa seu apoio e solidariedade ao povo turco e sua classe trabalhadora.
A violência de Estado só terá sua resposta a partir da organização, sem medo, do povo que vai à luta.
O Secretariado