Em 2013 e 2014 novos acúmulos nas relações internacionais da CTB

Quaisquer análises sobre balanços e perspectivas sociais devem situar-se a partir de realidades concretas e levarem em consideração seus desenvolvimentos históricos. Nessa direção situamos o papel da CTB em sua política internacional.

Com uma linha política internacionalista, anti-imperialista e socialista a CTB desenvolveu, em 2013, sua ação dentro de um quadro marcado, mais uma vez, pelos danosos efeitos da crise capitalista, que desde 2007 – em seu novo sobressalto – agride violentamente os direitos trabalhistas e sociais dos povos, fragiliza os Estados-nações e impõe em escala internacional um ritmo produtivo com desigualdades e estagnações socioeconômicas.

Interpretando que essa crise no estágio ultrafinanceirizado do capitalismo acelera uma transição na geopolítica, a CTB destacou seus esforços em torno de agendas e articulações classistas que reforçam essa tendência. Desse quadro conclui também – no que pese o multilateralismo em curso – que ainda estamos sob a égide de uma defensiva estratégica, que requer acúmulos e transições.

Por isso, fortaleceu suas relações sul-sul, das quais os Brics ( bloco econômico formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e a Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos) têm papeis destacados e em 2013, mais uma vez, foi a expressão de um dos nossos focos.
América Latina e Caribe possibilidades e ameaças

Esse espaço geopolítico, sobre o qual desprendemos fortes energias, continuou, este ano, marcado pela continuidade de seu inédito processo político.
Rico em possibilidades, mas também em contradições esse cenário enfrentou, nos últimos doze anos, uma de suas maiores perdas políticas: a morte do comandante Hugo Rafael Chávez Frías. Um estrategista pela integração latino-americana e caribenha e pela causa socialista.

Não à toa o império recrudesceu contra esse projeto libertário de nossa região e patrocina golpes, desestabilizações e fraudes eleitorais. Na economia, retomam os objetivos da derrotada Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e com sua nova faceta, tentam constituir acordos bilaterais num nítido movimento pela retomada da anexação regional.
Neste ano, lutamos pelos avanços das mudanças desses projetos políticos e, ao mesmo tempo, estivemos atentos contra as intenções dos EUA e aliados pela suas inviabilizações.

Uma trajetória

No ano em que completou seis anos de existência, a trajetória da política internacional da CTB acumulou crescente protagonismo político.
O êxito do seminário internacional em agosto, no qual dezenas de quadros classistas de vários países compareceram, foi um momento alto que coroou todo um esforço histórico. O Encontro Sindical Nossa América (ESNA) com cinco edições e o novo papel da Federação Sindical Mundial (FSM), sobretudo na América latina e Caribe, têm fortes marcas da intervenção da CTB.

Estivemos presentes em dezenas de encontros, seminários e congressos internacionais levando a solidariedade, as nossas experiências e contribuições programáticas às organizações classistas. Ao mesmo tempo, impulsionamos internamente a partir do coletivo internacional da CTB o debate em torno da importância dessa tarefa para a nossa Central.
Perspectivas

O cenário político e econômico internacional para 2014 tende a sua continuidade como tenso, incerto e perigoso. Por isso, exigirá convicção e ações que disputem com a premissa da valorização do trabalho, o fortalecimento dos novos polos políticos e econômicos contra a ordem imperialista estadunidense.

Frente à crise capitalista que também condicionará 2014, ganha maiores contornos a necessária unidade política da classe trabalhadora em nível mundial. A CTB manterá sempre esse caminho tático e o defenderá em todas as instâncias e eventos que participe, promovendo a saída mobilizadora da classe trabalhadora como melhor remédio contra a ofensiva antitrabalho do capital.

Sustentada pela sua plataforma classista, contribuirá para que não haja retrocessos políticos na América Latina e Caribe, destacando-se as disputas eleitorais no Brasil, Uruguai, Bolívia e El Salvador, além de combater quaisquer desestabilizações da direita que visem inviabilizar o processo bolivariano na Venezuela e a construção socialista em Cuba.
Atuará política e organicamente pelo êxito do VI Encontro Sindical Nossa América que ocorrerá no mês de maio em Cuba, além de elevar o protagonismo político da Federação Sindical Mundial na região, sobretudo a partir do Cone Sul que a CTB coordena. Sediaremos no ano vindouro o III Encontro Internacional da Juventude da FSM para o Cone Sul. Além disso, fortaleceremos a realização do BRICS sindical em Fortaleza, em abril.

Portanto, o ano novo está repleto de desafios. Uma nítida correspondência de que a história da humanidade é a história da luta de classes.No que pese a correlação de forças ainda estar insuficiente para as rupturas estruturais, haveremos em 2014 de continuar ampliando a resistência antineoliberal e descortinaremos novos processos e transições que permitirão a humanidade, sobretudo à classe trabalhadora, uma perspectiva promissora e libertária.

Valeu 2013!

Bem vindo 2014!

Hugo Chávez Vive!

Viva Madiba!

Mãos à obra.

Divanilton Pereira,
Secretário de Relações Internacionais da CTB

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