Eleição na França exclui esquerda da final: uma derrota política, ideológica e moral do povo francês

Segundo as pesquisas de boca de urna e as primieras apurações, Emmanuel Macron, candidato que defende uma plataforma neoliberal e europeísta, chega em primeiro lugar no primeiro turno da eleição presidencial da França, seguido pela candidata de extrema direita Marine le Pen. Ambos têm entre 21 e 23 % dos votos.

Malgrado a excelente performance de Jean-Luc Mélenchon, candidato de esquerda apoiado pelo Partido Comunista Francês, com 19,5%, a esquerda é excluída do segundo turno. O candidato do Partido Socalista, Bonôit Hamon,poderá obter entre 6% e 7% dos votos. Uma derrota política, ideológica e moral para a França, um país de tradições democráticas e revolucionárias que uma vez mais decidirá entre alternativas conservadoras.

A taxa de participação girou em torno de 69,5%, ligeiramente inferior à das eleições presidenciais de 2012.

O cenário Macron-Le Pen complica o tabuleiro da política francesa: é a primeira vez durante a 5ª República que a direita tradicional está ausente do segundo turno, assim como se ausentam da batalha final os grandes partidos que dominaram a cena eleitoral desde há quase meio século – Os Republicanos e o Partido Socialista.

Jamais eleito, Emmanuel Macron está agora em boas condições para vencer o segundo turno em 7 de maio próximo.

Ele enfrentará a candidata da Frente Nacional, de extrema-dierita, que reedita a performance de seu pai em 2002.

Vencedor da primária da direita tradicional, François Fillon ficou fragilizado pelos processos judiciários após a revelação no final de janeiro de que sua esposa foi por ele contratada para a sua assessoria parlamentar e recebia salário sem trabalhar.

Quarto colocado em 2012, com 11,10% dos votos, Jean-Luc Mélenchon chega a quase 20%, principalmente em detrimento de Benoît Hamon, socialista, lançado candidato por uma eleição primária no Partido Socialista, derrotando o primeiro-ministro, Manuel Valls.

Sua votação (pouco mais de seis por cento) é o pior escore de um candidato socialista desde Gaston Defferre em 1969 (5,01%).

A taxa de participação atingiu 69,42% , uma ligeira queda em comparação com a eleição passada, em 2012, mas um dos melhores dos últimos 40 anos.

François Fillon (Republicanos) e Benôit Hamon (Partido Socialista) já declararam apoio a Emmanuel Macron. O secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, declarou que os comunistas não se reconhecem em nenhuma das duas candidturas que disputarão o segundo turno, mas que atuarão para derrotar a candidata da extrema-direita. Os comunistas seguirão trabalhando para construir uma força de união das esquerdas, disse Laurent.

Redação de Resistência, com Humanité e agências

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