Dirigente da Federação Sindical Mundial, Viviana Abud, é detida em aeroporto de Israel

Na última quarta-feira (4), a subcoordenadora de Mulheres da América Latina e Caribe da Federação Sindical Mundial (FSM), Viviana Abud, foi detida ao tentar fazer uma conexão no aeroporto de Ben Gurión, em Tel Aviv (Israel).

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A sindicalista chilena retornava para seu país após participar do Congresso Mundial da Mulher Trabalhadora que ocorreu no Chipre, entre os dias 1 e 2, mas ao fazer a conexão em Tel Aviv a segurança do aeroporto a deixou isolada em uma sala sem comunicação.

Após mais de um interrogatório, Viviana teve que esperar por mais de oito horas sem poder sair do aeroporto e ainda teve sua mala de mão e notebook revistados e sua bagagem retida.

Esta não é a primeira vez que uma dirigente da FSM passa por este constrangimento, em junho deste ano, a jornalista grega Alexandra Liberi, foi impedida de participar de uma atividade em Ramallah (Palestina) sendo deportada pela polícia israelense para seu país de origem.

A CTB condena veementemente estas ações sionistas perpetradas pelo Estado de Israel e reafirma seu apoio e solidariedade ao povo palestino.

O Siteco, Sindicato Interempresa da Grande Mineração e Ramos Anexos, do qual Viviana é secretária-geral e encarregada de Relações Internacionais emitiu uma nota denunciando o ocorrido e exigindo o fim de intimidações aos sindicalistas.  

Leia abaixo a íntegra:

O Sindicato Interempresa da Grande Mineração e Ramos Anexos (Siteco), repudia a agressão sofrida pela companheira Viviana Abud nas mãos dos serviços de segurança israelense, quando tentava fazer uma conexão no aeroporto Ben Gurión, de Tel Aviv (Israel), no dia 4 de novembro.

Nossa Secretária-geral e encarregada de Relações Internacionais, que integra também a Coordenação da Mulher Trabalhadora para a América Latina e Caribe, por parte de Federação Sindical Mundial (FSM), regressava do Chipre após participar no Congresso Mundial da Mulher Trabalhadora, realizado pela FSM nos dias 1 e 2 de novembro naquele país.

A rota de viagem contemplava uma conexão no mencionado aeroporto, para continuar seu itinerário de retorno ao Chile. Quando o pessoal uniformizado israelense viu seu passaporte, a separaram do resto dos passageiros e a conduziram sem sua bagagem – que não conseguiu retirar – até uma sala isolada em que permaneceu por mais de três horas incomunicável, onde agentes civis e da segurança a submeteram a um contínuo interrogatório e a mantiveram sem contato com o consulado do Chile em Israel.

Os interrogadores mantiveram constante comunicação radial com alguma instancia possivelmente superior, a qual transmitiram os dados e respostas da companheira e da qual presumivelmente recebiam instruções.

Os agentes sionistas perguntavam insistentemente sobre a origem síria de seu sobrenome, quem eram seus antepassados, a nacionalidade, as razões de sua presença em Israel – como se desconhecessem que se encontrava em trânsito e efetuava uma conexão para continuar a viagem – entre muitas outras perguntas realizadas de maneira hostil.

Terminado o interrogatório, ela foi conduzida por este mesmo pessoal até a dependência em que estava sua bagagem. Deram um bilhete provisório de transito e a proibiram de sair do aeroporto durante a escala que no total se estendia por quase oito horas. Ordenaram que ela ficasse no terceiro andar e permanecer ali até embarcar no avião, o que fez efetivamente.

Chegado o momento, nossa dirigente realizou com normalidade o processo de checar sua documentação e bagagem para embarcar. No entanto, no instante de entrar na aeronave, apresentou sua documentação ao respectivo funcionário de segurança e imediatamente a fizeram esvaziar sua bagagem de mão e ligar o computador portátil cujos arquivos foram revisados pela segurança.

Em seguida, a separaram do resto dos passageiros e a conduziram para uma sala isolada, onde foi revisada sua roupa e seu corpo em forma constrangedora por uma agente israelense uniformizada e voltou a perguntar sobre os mesmos temas da primeira vez.

Finalmente, a permitiram entrar no avião, mas ao chegar em Santiago (Chile), comprovou uma nova arbitrariedade: sua maleta tinha ficado retida em Tel Aviv.

Diante do ocorrido, o Siteco, expressa sua total solidariedade com a companheira Viviana Abud e repudia a atuação dos agentes do estado de Israel, por construir um ato discriminatório, arbitrário, cruel e degradante que viola os Direitos Humanos.

Uma situação similar já ocorreu com outra dirigente da FSM, há algum tempo antes, ao efetuar também uma conexão no mesmo aeroporto.

Esta atuação dos agentes do serviço de segurança israelense parece ser uma perseguição sistemática contra o movimento sindical internacional mais avançado e combativo, possivelmente em particular contra a FSM, o que deve ser parte de uma política de Estado desse país.

Portanto, condenamos o comportamento repressor estimulado pelas autoridades do estado de Israel contra qualquer pessoa que não professe a mesma religião ou filiação política que seus governantes e também contra quem apoie o povo palestino reprimindo desde o surgimento deste estado sionista neta terra.

Demandamos das autoridades chilenas, de sua chancelaria em primeiro lugar, que adotem os dispositivos necessários para proteger os direitos de nossa dirigente e exija que Israel e suas autoridades máximas, para que respondam por este trato abusivo e degradante.

Chamamos todas as organizações sindicais nacionais e internacionais para somar-se nesta exigência e adotar as medidas necessárias para acabar com a atuação arbitrária e agressiva próprias do terrorismo de estado exercido por Israel contra dirigentes sindicais estrangeiros e palestinos, que em 2014 incluiu o ataque da aviação israelense contra a sede da federação sindical palestina PGFTU (por sua sigla em inglês), em Rafah (Gaza), exemplo de que para Israel os trabalhadores sindicalizados que não pertençam à Federação Geral dos Trabalhadores da Terra de Israel – de caráter sionista – somos objetivos militares. 

Direção do Sindicato Interempresa da Grande Mineração e Ramos Anexos (Siteco)

Rancagua (Chile), 6 de novembro de 2015

 

Érika Ceconi – Portal CTB 

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