Desemprego continua elevado na América Latina

No entanto, o documento aponta que a pobreza extrema ou indigência teve um leve aumento, passando de 12,6%, em 2007, para 12,9%, neste ano, correspondendo a um acréscimo de aproximadamente três milhões de pessoas. As estimativas refletem o impacto do aumento da inflação ocorrido a partir do início de 2007, e, principalmente, a alta nos preços dos alimentos.

Segundo a Cepal, a desaceleração econômica mundial vai acarretar uma menor demanda dos bens de exportação, um menor investimento no setor produtivo, diminuição das remessas dos emigrantes e limitações nos mercados financeiros internacionais. A Comissão espera ainda que, em 2009, o índice de emprego caia e que o salário real seja mantido ou sofra ligeira queda.
 
De acordo com as previsões da Comissão, a deterioração da renda se concentraria nos trabalhadores autônomos e nos assalariados informais, cujos empregos são mais sensíveis ao ciclo econômico. Dessa forma, estima-se que a pobreza e a indigência cresçam levemente, ampliando o comportamento negativo iniciado em 2008. Aqueles países que dependem das remessas serão os mais afetados. Os que possuem estruturas de exportações pouco diversificadas ou com sistemas financeiros mais frágeis também enfrentarão dificuldades.

O documento da Cepal apresenta quatro capítulos: Pobreza, exclusão social e desigualdade distributiva; Emprego, pobreza e a nova meta do milênio; O bônus demográfico: uma oportunidade para avançar em cobertura e progressão em educação secundária; Agenda social: violência juvenil e familiar na América Latina. Enfoques desde a inclusão.

O informe ressalta que o desemprego continua elevado e, até 2006, superava em 2,4 pontos porcentuais o nível de 1990. Porém, desde 2002, as taxas de desocupação caíram principalmente em áreas urbanas. O desemprego é maior entre pobres, mulheres e jovens.

No terceiro capítulo, o estudo analisa as oportunidades do bônus demográfico que beneficia todos os países da América Latina. Esse bônus é o momento em que a estrutura etária da população atua no sentido de facilitar o crescimento econômico, quando há um grande contingente da população em idade produtiva e um menor número de idosos e crianças.

A Cepal acredita que a demanda por educação primária vai continuar diminuindo por causa da queda da população infantil. A demanda por educação secundária também vai cair por causa da diminuição da população adolescente. Esse contexto oferece aos governos uma oportunidade para a elaboração de metas que aumentem os níveis de cobertura e qualidade do ciclo educativo secundário.

O tema da violência juvenil e familiar também é tratado pelo informe. A exclusão social e simbólica da juventude, a desigualdade de oportunidades, a falta de acesso ao emprego, as brechas entre consumo simbólico e consumo material, a segregação territorial e a ausência de espaços públicos de participação social e política são algumas das causas desse tipo de violência apontadas pelo informe.

ADITAL

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