A revolução bolivariana da Venezuela sofre, neste momento, um ataque cerrado do imperialismo estadunidense e da direita local, que buscam explorar as dificuldades econômicas do país para desestabilizar e derrubar o governo de Nicolás Maduro. Este é o objetivo das sanções recentemente impostas pelos EUA contra 56 funcionários do governo venezuelano.
A defesa da democracia e dos direitos humanos é o pretexto cínico do império, que como argumentam lideranças chavistas, não tem a menor moral para pretender dar lições sobre o tema, já que recorre rotineiramente à tortura, prisões ilegais e outras arbitrariedades contra seus supostos inimigos.
A verdadeira intenção por trás das novas sanções é forçar a mudança do regime e impor o retrocesso neoliberal, conforme alertou em nota a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (Alba). É um movimento que se soma à guerra econômica desencadeada por setores da burguesia com o mesmo propósito golpista, provocando desabastecimento, especulação, instabilidade econômica e social, de forma a criar um ambiente propício ao golpe.
As iniciativas golpistas não constituem novidade na América Latina ou na Venezuela, que em abril de 2002 foi vítima de uma ação do gênero, que resultou no afastamento do presidente Hugo Chávez. Felizmente aquele golpe, liderado por um líder capitalista (Pedro Carmona, O breve) e apoiado pela cúpula das Forças Armadas, não durou muito. Foi revertido em menos de 48 horas pela ação unitária do povo e dos próprios militares (oficialidade média e soldados).
Embora derrotados, os golpistas nunca desistiram de suas intenções macabras e sempre contaram com o forte respaldo do império. Consciente de que representa o sentimento da classe trabalhadora brasileira, a CTB rejeita a ação intervencionista dos EUA e reitera seu apoio à revolução bolivariana, bem como ao povo venezuelano e ao governo Maduro.
As iniciativas golpistas em curso não dizem respeito apenas à Venezuela, constituem uma ameaça à democracia e ao processo de integração e mudança em curso na América Latina e Caribe, é parte de uma ofensiva da direita neoliberal que se verifica na região e em diferentes países do globo num contexto de crise econômica e geopolítica do sistema capitalista internacional. O momento exige unidade das forças democráticas, patrióticas e populares e redobrada solidariedade internacionalista da classe trabalhadora.
São Paulo, 13 de fevereiro de 2015
Adílson Aaújo e Divanilton Pereira, presidente e secretário de Relações Internacional da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)