Conic denuncia despejo de familias maias

A Coordenação Nacional Indígena e Camponesa (Conic) denunciou, em nota divulgada na última sexta-feira (13), o desalojamento violento de 125 famílias do povo Maia na fronteira com La Candona no México, sob o pretexto de preservação de áreas protegidas ou de reserva ambiental. A entidade convoca todas as organizações irmãs para expressar solidariedade às famílias que perderam tudo e agora necessitam de comida e roupa.

O despejo ocorreu no dia 12 de junho quando chegaram à comunidade 100 membros do exército nacional, 400 elementos da polícia nacional civil e 100 membros do Conselho Nacional de Áreas Protegidas da Guatemala (Conap). Dentro das casas, roupa, milho, feijão, instrumentos de trabalho, utensílios de cozinha foram queimados junto com toda a propriedade. Utilizaram para esse despejo mais de 250 bombas de gás lacrimogêneo.

De acordo com informações da Conic, a operação militar resultou em duas mulheres feridas, porque foram atingidas diretamente com as bombas de gás lacrimogêneo. Outros dois homens ficaram gravemente feridos, porque foram esfaqueados pelos militares e pela polícia. Além disso, foram detidos quatro membros da comunidade, que se encontram presos na Granja penal de San Benito, Petén.

"Para as comunidades Maias, as ‘áreas protegidas’ são formas ‘legais’ de desalojamento e usurpação das comunidades, para que as empresas transnacionais saqueiem nossos bens naturais, com o aval das autoridades", afirma Conic. A entidade exige que o governo de Álvaro Colom liberte imediatamente os quatro presos.

Outras exigências são: formar uma comissão com representação do governo, da Procuradoria de Direitos Humanos, secretaria de Assuntos Agrário, Conap e Conic, para abordar a problemática e resolver de forma definitiva; ressarcir os danos causados às 125 famílias Maias q'eq'chí; processar os responsáveis materiais e intelectuais do excesso de uso de força contra uma população indefesa. (Adital )

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