Eventos em São Paulo comemoram os 65 anos do início da Revolução Cubana

Hoje, quinta-feira, 26 de julho, o Dia Nacional da Rebeldia Cubana está sendo lembrado em Santiago de Cuba com um evento político-cultural. A data é o marco do ataque aos quartéis Moncada e Carlos Manuel de Céspedes, atos que desencadeariam a Revolução Cubana.

26 de julho: Dia da Rebeldia Cubana

Em discurso, o líder cubano Raúl Castro denunciou a intensificação do bloqueio econômico à ilha e o cerco norte-americano a Cuba, Venezuela e Nicarágua, com políticas hostis à região. “O retorno de governos de direita na América Latina e uma política hostil de Washington em relação à esquerda regional compuseram cenário adverso, sempre buscando destruir o exemplo de Cuba”, disse Castro.

Para o secretário de Relações Internacionais, Nivaldo Santana, a revolução cubana tem muitos símbolos e datas marcantes. “A heróica tomada do quartel de Moncada, para além das perdas humanas e da prisão do líder Fidel Castro, entrou para a história como o ato inaugural da derrubada da ditadura de Fulgêncio Batista e o prelúdio do que viria a ser a mais importante revolução da América Latina no século. XX. Merece, portanto, ser celebrada pela passagem dos seus 65 anos”, analisa Santana.

Armazém do Campo e Sindicato dos Arquitetos

Em São Paulo, o Consulado de Cuba realiza hoje uma confraternização para homenagear o evento histórico e reafirmar seus ideais de luta e resistência. A cônsul-geral de Cuba, Nelida Hernández, participa de outros três eventos na capital que celebram a data:

O primeiro, organizado pelo Movimento Paulista de Solidariedade a Cuba, será hoje (quinta, 26) e contará com a participação da cônsul, do escritor e jornalista Fernando Moraes (Blog Nocaute) e do jornalista Altamiro Borges (Barão de Itararé). Além disso, haverá apresentação musical de Jara Arraes. Será no Auditório do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (SASP). Rua Araújo, 216, piso intermediário. República, São Paulo.

Também com a participação da Cônsul e da Música de Jara Arraes, o Armazém do Campo promoverá, na sexta-feira (27), uma “noite especial com muita música, mística, comidas e bebidas tipicamente cubanas.”

O terceiro evento será no sábado (28), na Escola Nacional Florestan Fernandes do MST. Nélida Hernández e Judite Santos, do MST, debaterão o tema “O legado de Fidel Castro e a atualidade e desafios da Revolução Cubana”.

História  

O Dia da Rebeldia Nacional é a maior festa da Revolução Cubana. Neste dia, em 1953, o jovem advogado Fidel Castro e seu irmão Raul, juntamente com outros revolucionários, partiram para a ação e tentaram pegar de assalto o Quartel Moncada, em Santiago de Cuba, e Carlos Manuel de Céspedes, em Bayamo.

O objetivo era tomar o quartel, invadir o paiol de armas e munições, distribuir fuzis pelas ruas para que a população se juntasse aos rebeldes e começasse a insurreição, que culminaria com a derrota do ditador Batista. Na época, o movimento estudantil promovia manifestações contra o governo de Fulgêncio Batista.

Às 5:15 da manhã, durante o Carnaval em Santiago de Cuba – que acontece todo final de julho –, começava a grande ofensiva. Nada, ou quase nada, deu certo. Um grupo, liderado por Raul Castro e integrado por dez homens, ocupou um prédio vizinho, o Palácio da Justiça. Outro, liderado por Abel Santamaria e integrado por 21 homens, ocupou o hospital militar que era outro prédio vizinho, de cujo quintal e das janelas pensava-se dar cobertura a um terceiro grupo comandado pelo líder da ação, Fidel Castro. Justamente este grupo teve problemas.

Ao aproximar-se do portão 3 do Quartel Moncada, o Buick verde que levava Fidel Castro, disfarçado de um comandante militar, foi detido pelos soldados. Começou o tiroteio e a partir daí foi tudo rápido demais para que alguém pudesse entender exatamente o que estava acontecendo. Porém, a invasão ao paiol das armas foi frustrada.

Muitos combatentes foram capturados e assassinados. Porém, a intentona marcou o princípio do fim da ditadura de Fulgêncio Batista. Fidel Castro é julgado e condenado a 15 anos de prisão. Por ser advogado, pronuncia sua autodefesa diante do tribunal, que passou a ser conhecida como “A história me absolverá”, frase com a qual conclui sua autodefesa.

Fidel e os revolucionários sobreviventes, depois forte campanha popular, conseguiram a anistia e se exilaram no México em 1955. De lá, Fidel Castro reorganizou seus companheiros do ataque a Moncada e outros revolucionários que a eles se uniram, dentre eles o argentino Ernesto “Che” Guevara, e fundaram o Movimento Revolucionário 26 de Julho.

Retornaram clandestinamente a Cuba a bordo do iate Granma, onde desembarcaram em 2 de dezembro de 1956. A luta armada foi retomada, desta vez na forma de guerrilha nas montanhas de Sierra Maestra. Inicia-se assim a Revolução Cubana que em 1º de janeiro de 1959 triunfaria contra Fulgêncio Batista.

Portal CTB com histórico de Mauro Iasi, professor-adjunto da Escola de Serviço Social da UFRJ, presidente da Adufrj e pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Marxistas (Nepem).

Foto: arte do Granma

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