Chile: 80 mil trabalhadores do serviço público iniciam paralisação nacional

Cerca de 80 mil trabalhadores do serviço público chilenos iniciaram nesta quinta-feira (26) uma paralisação nacional de 24 horas contra as demissões massivas no setor, realizadas pelo governo. Os estudantes, professores, organizações políticas, sociais e sindicais do país também se uniram pela causa.

“A paralisação segue. Tomamos uma decisão firme, soberana e democrática”, destacou o presidente da associação Nacional de Empregados Fiscais (Anef), Raúl de la Puente, cujo organismo é o principal convocante da paralisação.

“O dirigente sindical destacou que a mobilização se estenderá por 24 horas em rechaço as mais de 2.500 demissões de funcionários públicos, realizadas desde que Sebastián Piñera assumiu a presidência, no mês de março, até a atualidade.
“A gravidade da situação está no fato de que os demitidos não ocupavam cargos de confiança, mas se tratavam de profissionais e técnicos que não pertenciam às cúpulas diretivas, expressou De la Puente.

A mobilização dos funcionários públicos é respaldada pela Central Única de Trabalhadores (CUT), a principal organização sindical do país, pelos estudantes secundários e universitários, pelo Colégio de Professores e por outros grêmios.
O presidente da CUT, Arturo Martínez, considerou que a paralisação “é só o primeiro passo de um processo ascendente que levará em algum momento à produção de uma convocatória mais global e única”.

Por sua parte, o deputado e presidente do Partido Comunista, Guillermo Teillier, lamentou “que os trabalhadores tenham que realizar uma paralisação para serem escutados” e considerou justa a greve. “Vamos dar-lhes todo nosso apoio”, enfatizou.

O correspondente da teleSUR no Chile, Alejandro Kirk, informou que “do interior de La Moneda (Palácio de Governo) saiu um grupo de manifestantes que mostravam um cartaz que dizia ‘Piñera mente‘, esta é uma situação bastante nova para o povo chileno”.

“Os organismo de segurança não reprimiram os manifestantes ainda, os estudantes conversaram conosco e nos disseram que os efetivos tentam separá-los das massas, o operativo de segurança é bastante grande, há policiais em todas as partes, blindados com armas, e não permitem que as pessoas se reúnam”, agregou o jornalista.

Organizações políticas, sociais, sindicais e estudantis respaldam o protesto da Anef, sem esquecer suas próprias demandas, pois os alunos, por exemplo, protagonizaram em dias passados mobilizações em rechaço à privatização do setor.

Com informações da TeleSul

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