Cetebistas participam de seminário internacional na China

A CTB participou entre os dias 24 e 25 de setembro do Seminário Internacional Globalização Econômica e os Sindicatos da Federação Nacional dos Sindicatos da China (ACFTU, por sua sigla em inglês) , que levou como tema “Reforma, Desenvolvimento e Sonho”. Os secretários-gerais da seção estadual da central sindical em São Paulo e da União Internacional de Sindicatos da Metalurgia e Mineração (UIS MM), Paulo Nobre e Francisco Sousa, respectivamente, representaram a CTB no evento. 

Veja abaixo a íntegra da intervenção cetebista realizada nesta quarta na atividade: 

Estimados companheiros e companheiras,

Um breve olhar sobre a conjuntura revela que vivemos um tempo de acirramento da luta de classes, das contradições do capitalismo e dos conflitos internacionais, fenômenos que por sinal estão intimamente entrelaçados.

Na Europa prossegue a ofensiva da troika contra a classe trabalhadora, com a imposição de receitas econômicas neoliberais que sacrificam os salários, as aposentadorias, o emprego e os direitos sociais, no altar dos interesses do capital financeiro. Em meio à crise e à revolta popular nota-se um preocupante crescimento da extrema direita no velho continente.

Sob o governo Barack Obama os EUA dobraram as apostas nas intervenções militares para manter a hegemonia. A pretexto de combater o terrorismo atropelam a ONU e anunciam o início dos bombardeios à Síria, numa clara agressão imperialista. Provocam também a Rússia na Ucrânia, incitando a intolerância e a violência da extrema direita e do governo contra os russos residentes no país, ampliando os riscos de um conflito armado mais grave na região.

Também no continente americano, onde governos progressistas da América Latina e Caribe ensaiam um projeto de integração e um novo arranjo geopolítico, o império age com o objetivo de interromper o processo de mudança em curso e preservar sua hegemonia, ressuscitando a fracassada proposta de uma Alca. Está também por trás das iniciativas golpistas contra o governo da Venezuela e age nos bastidores contra as candidaturas progressistas no Brasil, Bolívia e Uruguai, que têm eleições presidenciais em outubro.

Os golpes de Estado em Honduras e no Paraguai, ambos apoiados pelos EUA, foram como ensaios para o retrocesso no continente. Mas é grande a resistência dos povos e governos progressistas. Não podemos esquecer as lições dos golpes militares e da implantação de regimes fascistas na região. Por trás daqueles trágicos acontecimentos estavam os Estados Unidos, que hoje colocam em prática um plano não muito diferente. As condições históricas, porém, mudaram e não parecem tão favoráveis aos propósitos reacionários do império e seus aliados.

O pano de fundo do cenário atual é o declínio da hegemonia econômica e política dos EUA no mundo, e em particular no continente americano, movimento cujo contraponto é a ascensão da China e do Brics. Vivemos a agonia da ordem imperialista remanescente dos acordos firmados pelos países capitalistas em 1944 na cidade de Bretton Woods, no final da Segunda Guerra Mundial.

O esgotamento da ordem mundial hegemonizada pelos EUA gera naturalmente uma crise de natureza geopolítica, em convergência com a crise econômica mundial, dando curso a uma transição para um novo ordenamento diplomático que não se realizará sem grandes lutas, choques e contradições.

O momento histórico é ao mesmo tempo difícil e alvissareiro, carregado de novos desafios para a classe trabalhadora e o movimento sindical em todo o mundo. Devemos apontar a perspectiva de uma alternativa classista para os dilemas sociais e a crise do imperialismo.

É nossa obrigação defender uma nova ordem internacional multilateral e anti-imperialista, lutar pela paz contra as guerras movidas pelos EUA, Otan e União Europeia, combater com todas as forças o capitalismo e levantar bem alto a bandeira do socialismo. É nosso dever também hipotecar total e irrestrita solidariedade ao governo de Nicolas Maduro na Venezuela, bem como aos demais governos progressistas e à integração democrática e soberana da América Latina e Caribe, bem como defender os direitos do povo palestino, denunciar os crimes praticados por Israel, repudiar a agressão militar contra a Síria e as provocações contra a Rússia na Ucrânia.

A grave crise do sistema capitalista internacional é um claro sinal dos limites históricos deste sistema, que provocou as duas guerras mundiais do século 20 e está conduzindo a humanidade uma vez mais ao caminho da barbárie. O capitalismo já deu o que tinha de dar. Nada mais de bom tem a oferecer às nações.

Diante desta realidade, temos o desafio de elevar o protagonismo da classe trabalhadora nas lutas políticas, unificar as batalhas de forma a abrir caminho para transformações sociais mais profundas em direção a novos projetos nacionais de desenvolvimento, com soberania, integração, democracia, valorização do trabalho, tendo por rumo e horizonte a destruição do capitalismo e a construção de uma nova sociedade, a sociedade socialista.

Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)

Leia a versão deste discurso em:  Árabe, Inglês, e Mandarim

 

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