Centrais sindicais paraguaias anunciam greve geral por reajuste salarial

Seis centrais sindicais do Paraguai anunciaram, durante coletiva de imprensa realizada na última terça-feira (7),  uma greve geral prevista para o mês de março. A iniciativa ocorrerá em rechaço ao modelo econômico implementado pelo presidente Horacio Cartes. Os grevistas também exigirão um reajuste salarial. 

O  dirigente sindical Eduardo Arce explicou que “seis das sete centrais fizemos um comunicado de protesto contra Cartes e anunciamos uma greve geral para o dia 26 de março, porque o governo nem sequer tem em seus planos o ajuste do salário mínimo para os trabalhadores”, que atualmente está em 363 dólares.

No comunicado os sindicalistas destacam que “o governo – apoiado pelos demais poderes do Estado – tem uma força política à serviço do neoliberalismo expressa no fortalecimento do modelo agroexportador que só favorece aos sojeiros e pecuaristas atacando violentamente o nível de vida dos trabalhadores, que vivem na miséria”.

Diante das reivindicações dos sindicatos, o Ministro da Fazenda, Germán Rojas, informou que será utilizado 53% do orçamento deste ano para investimentos sociais. Ele disse ainda que, por enquanto, o governo não decretará um ajuste do salário mínimo para os trabalhadores, porque a medida poderia incidir na taxa inflacionária.

O dirigente da Central Nacional dos Trabalhadores (CNT), Ramón Avalos, desmentiu o ministro Rojas alegando que “o último ajuste do salário mínimo ocorreu em abril de 2011 e desde então até hoje a inflação é de 40%, portanto corresponde outorgar o aumento”.

Por sua vez, o secretário geral da Central Única dos Trabalhadores Autêntica (CUT-A), Bernardo Rojas, explicou que “os sindicatos fizemos uma analise e vimos que o salário mínimo perdeu seu valor em 25%, portanto o ajuste deve ser de 91 dólares mensais”.

O Paraguai possui 3,5 milhões de hectares de sua superfície dedicada ao cultivo de soja, que em 2013 alcançou 9 milhões de toneladas, 80% é exportado em estado natural. Apesar disso, segundo as cifras oficiais, 38% dos 6,5 milhões da população é pobre e dentro dessa escala 19% é indigente.

Fonte: TeleSUR

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