Ato em defesa de Cuba contra o bloqueio dos EUA nesta quarta em São Paulo

O governo Bolsonaro ameaça quebrar uma tradição de 30 anos da diplomacia brasileira votando na ONU contra a resolução que pede o fim do bloqueio imperialista imposto pelos Estados Unidos em 1962. Militantes dos movimentos sociais solidários com Havana realizam nesta quarta (6), às 14 horas, uma manifestação diante do escritório do Ministério das Relações Exteriores na Avenida EUA em São Paulo.

Na ocasião será lida e entregue aos representantes do governo no escritório uma carta criticando a nova postura do Executivo. Completamente submisso às ordens emanadas de Washington desde a posse do líder da extrema direita em janeiro deste ano e guiado por um anticomunismo cego o Itamaraty acena com um voto contra Cuba nas Nações Unidas. A decisão deve ser tomada nesta quarta.

Resistência

Durante o Encontro Anti-imperialista de Solidariedade, pela Democracia e Contra o Neoliberalismo, realizado nos dias 1, 2 e 3 de novembro em Havana, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, denunciou o fortalecimento do bloqueio, mas ressaltou que isto não basta para derrotar um povo que luta por sua independência há 151 anos e nunca vai desistir.

“Nosso país hoje sofre um estreitamento criminoso do cerco, o recrudescimento de uma política imoral e ilegal que por mais de 30 anos a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou virtualmente por unanimidade, sem que os Estados Unidos reajam à demanda mundial”, enfatizou.

A resolução que pede fim do bloqueio à ilha é aprovada por Assembleia Geral da organização desde 1992, sempre com voto favorável do Brasil, posição que traduz o respeito ao princípio da autodeterminação dos povos que não foi alterada pelo governo neoliberal de FHC e muito menos por Lula ou Dilma.

Se consumado, o voto a favor dos EUA será mais um motivo para vergonha nacional. É certo que não corresponde à vontade ou à índole do povo brasileiro. É a posição de um grupo de extrema direita que, para infelicidade geral da nação, ascendeu ao Palácio do Planalto no rastro do golpe de Estado de 2016 e precipitou o Brasil no abismo econômico e político.

Visita à CTB

O embaixador Pedro Monzón, cônsul geral de Cuba em São Paulo, esteve reunido com dirigentes da CTB na manhã desta quarta-feira (5) na sede da Central (rua Cardoso de Almeida, 1843, Sumaré), acompanhado dos cônsules Antonio Mata Salas e Aurin Guerrero Chacón.

Os diplomatas cubanos trocaram ideias com os sindicalistas sobre a conjuntura nacional e internacional, depois de presenciarem uma análise da realidade brasileira feita pelo secretário de Relações Internacionais da CTB, Nivaldo Santana, complementada por comentários do presidente Adilson Araújo, do secretário geral Wagner Gomes, da secretária da Juventude Trabalhadora, Luiza Bezerra, e do jornalista Umberto Martins, assessor da Presidência da Central.