Após greve, quase 12 mil mineiros são demitidos na África do Sul

A gigante empresa mineira Anglo American Platinum, maior produtora mundial de platina, anunciou a demissão de quase 12 mil mineiros, ao fim de várias semanas de greve em que os trabalhadores exigiam o aumento de salários. O movimento foi combatido por intensa violência policial, que resultaram na morte de mais de 40 pessoas.

Argumentando estar em face de uma greve ilegal, a empresa sustenta que ao fim de três semanas de greve dos seus 28 mil trabalhadores na mina de Rustenburg soma já perdas de cerca de 700 milhões de rands (cerca de 63 milhões de euros). Explicando esta decisão, a empresa disse que os trabalhadores em greve não compareceram a audiências de processos disciplinares e, por isso, foram despedidos.

A África do Sul vive há dois meses um dos períodos mais difíceis de instabilidade laboral desde o fim da era do apartheid, em 1994, com greves que nasceram no setor de mineração e já se estendem a outras áreas da produção e distribuição.

No total, há atualmente mais de 75 mil mineiros em greve em diversas explorações mineiras do país, propriedade de diferentes empresas. Nesta semana, a Shell anunciou que não vai poder honrar os seus contratos de fornecimento de combustível na região em volta de Johanesburgo devido a uma paralisação dos caminhoneiros.

Pequenas vitórias

Em meio ao atual clima tenso no país, a Câmara de Mineração da África do Sul informou nesta quarta-feira (10) que proporá aumentos salariais aos trabalhadores das jazidas de ouro. Tal proposta, que pretende normalizar a situação e evitar novos protestos nesse setor produtivo, será submetida ao critério do Sindicato Nacional de Minas (NUM), indicou a Câmara em um comunicado.

Também nesta semana, um juiz aposentado visitou o local onde a polícia matou 34 mineiros em greve numa mina de platina, em agosto, e abriu um inquérito judicial sobre o mais sangrento incidente de segurança da África do Sul desde o fim do apartheid. Ian Farlam tem quatro meses para descobrir os eventos que cercam o “massacre de Marikana”. “Nosso país chora por causa da trágica perda, e essa comissão vai trabalhar rapidamente para garantir que a verdade seja revelada”, disse Farlam.

Com agências

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