A falsa democracia estadunidense: não nos enganemos com Biden

Por Pedro Luiz Teixeira de Camargo (Peixe)

Dia 26 de fevereiro, sexta feira, foi a data em que foi realizado o primeiro ataque aéreo do governo de Joe Biden na Síria, trazendo de volta a famosa “guerra ao terror”, que curiosamente nunca acaba.

Sob o argumento de atingir “milícias aliadas ao Irã”, mais um país começa a ser devastado pelo centro do imperialismo objetivando o mesmo de sempre: petróleo e riquezas naturais. Para sua conquista, a receita é a mesma: derrubar governos legitimamente eleitos que não são aliados na geopolítica mundial.

Apesar de não trazer nenhuma surpresa para mim, muitos ficaram abismados, até mesmo sinceros militantes de esquerda que acreditavam que a derrota de Trump seria o fim da política bélica ianque.

A esses que acreditavam em algo diferente, fica aqui a minha lembrança: qual foi a política externa da Casa Branca quando Obama era presidente? Ataques e mais ataques, portanto não há nada de novo no front quando se observa o programa de governo do Partido Democrata.

Muita gente, iludida pelo choro ao vivo de Guga Chacra e o coro neoliberal global, acreditava que tudo seria diferente, desmerecendo os fatos e crendo numa correlação de forças utópica, afinal de contas é essa a política que Biden prometeu.

Evidentemente, que se pensarmos no fato do Brasil ser governado por Bolsonaro e ter como Ministro de Relações Exteriores o fanfarrão terraplanista Ernesto Araújo, que a derrota de Trump foi um grande avanço, afinal de contas isolou o bolsonarismo na conjuntura internacional.

Entretanto, a vitória do outro candidato não muda o avanço imperialista em cima das riquezas dos países emergentes, basta ver o assanho dos países mais ricos em cima da Amazônia. Não é porque temos um presidente incompetente que nossa maior riqueza natural deva ser gerenciada pelos estrangeiros, a Amazônia é nossa e assim deve seguir.

Como dizia Che Guevara, não devemos nos iludir com o imperialismo, o objetivo é sempre o mesmo, de destruir as antigas colônias em defesa do capital financeiro internacional.

Desmascarar Biden é bom, pois ajuda a mostrar para parte da esquerda que ter mais mulheres, negros e lgbt+ em espaços de poder simplesmente por estar não basta, precisamos de uma representatividade que tenha consciência de classe, que defenda os trabalhadores e lute por mudanças reais na política e na sociedade.

Enquanto seguirmos idolatrando falsos profetas, seguiremos perdidos na luta contra o neoliberalismo, é hora de foco e de não se esquecer que o inimigo é maior e que só mudou de gerente, como muda de quatro em quatro anos.

Até a próxima.

Foto: Sputnik / Yazan Kalash