80.000 trabalhadores tomam as ruas de Bruxelas contra a carestia e o envolvimento da UE no conflito da Ucrânia

Em repúdio ao envolvimento da Europa na guerra da Ucrânia, trabalhadores erguem cartaz: “A Bélgica não é escrava”

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Melhores salários em vez de gastos militares, é o que a classe trabalhadora belga reivindica. Foto: REUTERS/Yves Herman

Em Bruxelas, dezenas de milhares de manifestantes saíram às ruas sob bandeiras sindicais para protestar contra o declínio do poder de compra em meio à crise ucraniana e ao aumento dos preços dos combustíveis e da eletricidade. Entre os slogans – “pare de gastar dinheiro em armas e direcione-os para os salários”.

80.000 trabalhadores participaram da manifestação contra o aumento no custo de vida e o envolvimento da Europa na guerra da Ucrânia, segundo a contagem dos sindicatos. A polícia informou que o protesto atraiu 70.000 pessoas. 

Um cartaz de um manifestante dizia: “dinheiro para os salários e não para a guerra”. “A Bélgica não é escrava”, dizia outro cartaz. Também havia cartazes com críticas à inflação dos combustíveis e dos alimentos e à precarização das condições de vida dos trabalhadores.

O Aeroporto de Bruxelas informou que não permitiria a partida de voos comerciais porque a ação industrial se estendeu aos trabalhadores de segurança. O transporte público local estava executando apenas serviços mínimos.

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que os trabalhadores belgas estão mais protegidos do que seus colegas na maioria dos outros países da União Europeia porque os salários estão indexados à inflação.

Ele também afirmou à emissora pública RTBF que o governo estendeu as medidas para reduzir o imposto sobre vendas de gás, eletricidade e combustível até o final do ano.

A inflação transformou-se, hoje, num problema mundial e acirra a luta de classes ao promover um insidioso processo de redistribuição da renda, reduzindo impiedosamente o valor real dos salários e ampliando o lucro dos capitalistas, sobretudo de banqueiros e rentistas.

Exacerbada pelo conflito distributivo entre e no interior das classes sociais, a inflação atual deita suas raízes nas políticas monetária e fiscal expansionistas adotadas nos Estados Unidos e Europa para contornar a crise econômica e os efeitos depressivos da pandemia, tendo sido agravada pelo conflito militar na Ucrânia e as sanções do chamado Ocidente contra a Rússia.

Aqui no Brasil a situação fica mais complicada e nas causas da inflação nota-se também as digitais de Jair Bolsonaro e as consequências deletérias das políticas neoliberais do governo, que dolarizou os preços dos combustíveis, desprezou a necessidade de formação de estoques reguladores de alimentos e provocou deliberadamente o desmonte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Com informações do 247