Guiomar Vidor: 2023 exigirá unidade de ação e propostas capazes de mobilizar a classe trabalhadora

O presidente da CTB no Rio Grande do Sul, Guiomar Vidor, deu entrevista ao portal da CTB-RS, em que fez uma síntese do ano de 2022 e sinalizou os principais desafios para a classe trabalhadora em 2023.

Vidor afirmou que a grande vitória do ano que está no fim foi a eleição de Lula, e a derrota do fascismo. Em perspectiva, ele situa que a agenda da classe trabalhadora será intensa: a luta pela retomada do desenvolvimento e do emprego, com recuperação de direitos.

Leia a entrevista:

Dois mil e vinte e dois não foi um ano qualquer. Qual o balanço que a CTB RS faz de sua atuação nesse período?

Dentro de uma visão global, podemos afirmar que o balanço da CTB para o ano de 2022 é positivo. Enfrentamos com muita luta e resistência um dos períodos mais desastrosos para a classe trabalhadora brasileira, a qual teve seus direitos trabalhistas e previdenciários vilipendiados. Uma ameaça constante à nossa frágil democracia e uma tentativa de desmonte das entidades sindicais.

Organizamos e participamos de inúmeras atividades em defesa da democracia e de nossos direitos, lutamos pela valorização do piso regional e concluímos o ano com a aprovação do reajuste de 10,6%, que foi uma vitória (o governo do Estado havia proposta 7,7%). Lutamos em defesa e pelo fortalecimento do SUS e dos serviços públicos, por mais investimentos em saúde e educação.

Participamos ativamente da construção da frente ampla em defesa da democracia e da candidatura Lula/Alckmin, que simbolizou esta grande união e trouxe de volta a esperança ao povo brasileiro.

O novo ano se inicia com otimismo, mas também com cenário de dificuldades, tendo em vista a situação econômica do Brasil, além da postura que os movimentos golpistas têm adotado. Quais são as prioridades da luta sindical no primeiro semestre? E, em um horizonte mais amplo, quais são os desafios?

O novo cenário é desafiador. Exigirá do conjunto do movimento sindical uma unidade de ação e propostas que sejam capazes de mobilizar a classe trabalhadora num ciclo de grandes embates políticos para que possamos revogar os marcos regressivos e a precarização impostos pelas reformas trabalhista e da Previdência.

A CTB defende a continuidade desta frente ampla construída no processo eleitoral para que possamos avançar na construção de um novo projeto nacional de desenvolvimento, que tenha em seu centro o crescimento econômico com a geração de empregos, a valorização do trabalho, uma politica de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do IR, a redução da jornada de trabalho para 40h, o fortalecimento dos sindicatos e a defesa da democracia.