Trabalhadores dos Correios promovem greve nacional de advertência

 

 

Após assembleia realizada na terça-feira (25) que ratificou  orientação da Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect), os trabalhadores dos Correios decidiram realizar uma greve de, pelo menos, 24h. O motivo da paralisação nacional é o não cumprimento da cláusula que trata de contratação de empregados no último acordo coletivo da categoria. A mobilização aconteceu, simultaneamente, em diversos os Estados nesta quarta-feira (26).

Em São Paulo, que corresponde a praticamente 50% da categoria, foi aprovada a manutenção do estado de Greve e a realização de uma nova assembleia no dia 10/06.

No Rio de Janeiro, o secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios (Sintect), Ronaldo Martins, calcula em 55% a adesão à paralisação.

Em Pernambuco, dentre os serviços que serão paralisados estão a triagem e distribuição de correspondências. O Estado responsável por distribuir correspondências para Sergipe, Alagoas, Rio Grande do Norte e Paraíba. Os trabalhadores se reunirão em assembleia nesta quarta-feira (26), na sede dos Correios, na Avenida Guararapes, Centro do Recife, para decidir se voltam aos postos na quinta-feira ou se prolongam a paralisação.

Aproximadamente 300 funcionários dos Correios promoveram uma passeata na manhã desta quarta-feira (26) no Centro de Curitiba. A manifestação começou em frente à sede estadual dos Correios, na Rua João Negrão e seguiu até a Boca Maldita. Na capital paranaense, cerca de 2,5 mil trabalhadores cruzaram os braços e no Estado são 6,3 funcionários.

Os trabalhadores pretendem mostrar com essas paralisações o real motivo das correspondências não chegarem a tempo aos usuários.

Descaso da empresa

Segundo a Fentect, “a medida foi sistematicamente ignorada pela empresa e vem resultando em inúmeras situações de extrema insatisfação tanto por parte da população que tem visto suas correspondências chegando com atrasos, como também para os funcionários que estão sofrendo agressões por parte de alguns destinatários”.

Os trabalhadores protestam, ainda, quanto à falta de reposição de mão de obra, apesar de existirem mais de 1 milhão de inscritos em concurso público. A prova, no entanto, foi atrasada mais de uma vez, conforme a entidade. Outra queixa é a disparidade no programa de participação dos lucros da companhia. Segundo a Fentect, diretores da ECT recebem R$ 40 mil, enquanto que os funcionários ganham cerca de R$ 800.

Sucateamento do sistema

“Precisamos, antes de tudo, de mais funcionários, mas o governo não faz concurso para contratar ninguém. A falta de trabalhadores acaba prejudicando a população, porque as correspondências demoram a chegar às residências”, explicou Alisson Tenório, diretor do Sindicato dos Correios de Pernambuco. Segundo ele, apenas no Estado, 300 trabalhadores pediram demissão nos últimos anos e as vagas não foram repostas. Atualmente, o quadro estadual é de 3.200 funcionários, quando o ideal, segundo Alisson, são 4 mil trabalhadores.

De acordo com os dirigentes sindicais, os trabalhadores são vítimas tanto quanto a população, pois a falta de funcionários está fazendo com que todos trabalhem além dos limites. Essa situação faz o problema ficar ainda mais grave, pois o trabalhador acaba doente, tamanho é a sobrecarga de serviço, sendo obrigado a se afastar de suas atividades, aumentando a falta de funcionários.

Quebra do monopólio

Para os representantes dos trabalhadores do setor, a tentativa da direção dos Correios é de sucatear o serviço para mudar a opinião pública, que sempre foi defensora da empresa.

Outro destaque é quanto à quebra do monopólio. A categoria busca o apoio da população contra a medida provisória, que pretende homologar a mudança da ECT para Sociedade Anônima, criando os Correios do Brasil S/A, o que significaria o primeiro passo para a privatização.

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