Sistema prisional de São Paulo tem mais dois “Carandirus”

 

O sistema prisional do Estado de São Paulo opera hoje, em média, com 70% mais detentos do que a sua capacidade suporta. Algumas unidades chegam a abrigar o triplo. São 215 mil detentos para 126 mil vagas nas 160 prisões sob a responsabilidade da SAP (Secretaria da Administração Penitenciária). Hoje, 3.808 homens e mulheres estão em delegacias e cadeias públicas, todas administradas pela SSP (Secretaria da Segurança Pública). Ao todo, São Paulo tem 218.983 presos atualmente.

Os CDPs (Centros de Detenção Provisória), originalmente destinados apenas aos presos à espera de julgamento, são as piores prisões do Estado de São Paulo. Dez dos 41 CDPs estão hoje com taxa de ocupação superior a 200% — três presos no espaço para um. A unidade de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, é a pior prisão paulista: com 844 vagas, o CDP da cidade abrigava 2.748 detentos no início deste mês (veja gráfico).

A superlotação do sistema prisional também fez com que São Paulo passasse a ter dois novos “Carandirus”, prisão na zona norte de São Paulo desativada em 2002 que chegou a ser a maior da América Latina, com cerca de 7.500 homens. Sua história foi marcada pelo extermínio de 111 presos e, no dia da implosão de prédios do complexo.

Um dos novos “Carandirus” é o Complexo Penitenciário de Pinheiros, na marginal. Com 2.176 vagas, os quatro CDPs de Pinheiros abrigam hoje 6.537 detentos. Taxa de superlotação de 200%.

O outro “Carandiru” fica em Hortolândia, a 109 km de SP, na região de Campinas. Também formado por quatro unidades prisionais, o Complexo de Hortolândia tem5.700 em um espaço para 3.435. Uma das quatro unidades de Hortolândia, a penitenciária três, segundo o SAP, tem 700 vagas, mas não abrigava nenhum detento até o começo deste mês. Com a unidade vazia, a taxa de superlotação nesse novo “Carandiru” já é de 66%.

Fonte: Ponte

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