Sem salários, metalúrgicos da Toyota entram em greve, em Betim (MG)

Os metalúrgicos da Proema, em Betim (MG), permanecem na portaria da fábrica desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (19), quando decidiram entrar em greve para protestar contra o atraso no pagamento dos salários, além de outras irregularidades trabalhistas, como o não depósito regular do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

A empresa, que conta atualmente com mais de 1oo empregados e fornece peças (manga de eixo das rodas de veículos) para a Toyota, vive uma situação delicada, que se agravou a partir de abril de 2013 – em julho, a Proema dispensou cerca de 160 empregados que haviam sido colocados à disposição em casa, não fez o pagamento das verbas rescisórias e orientou os trabalhadores a procurar a Justiça do Trabalho para reivindicar seus direitos.

Naquela ocasião, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim tentou intermediar uma negociação com a Fiat Automóveis, até então principal tomadora de serviços da Proema, mas a montadora se esquivou de qualquer responsabilidade sobre os problemas enfrentados pela fornecedora.

Da mesma forma que no ano passado, também desta vez o Sindicato já solicitou reuniões com Ministério do Trabalho e o Ministério Público do Trabalho para debater o problema. Além disso, o  departamento jurídico do Sindicato já acumula cerca de 250 ações contra a empresa, que foram ajuizadas a partir de 2013, em processos que já ultrapassam o montante de R$ 1 milhão de reais.

Em apoio ao movimento dos trabalhadores da Proema, a deputada federal Jô Moraes (PCdoB/MG) esteve na portaria da fábrica na manhã desta terça-feira (19) e disse que solicitou uma reunião com o prefeito de Betim, Carlaile Pedrosa, uma vez que não está descartada a hipótese da Proema encerrar suas atividades no município, o que resultaria na demissão de todos os empregados.

“A greve irá continuar por tempo indeterminado até que a Proema nos apresente uma proposta para resolver todas as pendências com os trabalhadores, que são pais de família e dependem do emprego e dos salários para sobreviverem”, afirma o diretor do Sindicato Clodoaldo Carvalho, que é metalúrgico na fábrica.

Por Eduardo Durães

 

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