Panes no metrô de SP refletem negligência das gestões tucanas

Pegar o metrô com velocidade reduzida e maior tempo de parada tem virado rotina no dia a dia do cidadão paulistano. Na manhã desta terça-feira, dia 24 de abril, o problema voltou a ocorrer na linha vermelha (Palmeiras-Barra Funda e Corinthians-Itaquera) transtornando o deslocamento de milhares de usuários. Manuel Xavier Lemos Filho, da direção plena da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), diz que que o governo do PSDB “planeja mal e investe mal”.

“Sempre questionamos a falta de investimentos adequados na manutenção do metrô. Quando a gestão Serra percebeu que o sistema entraria em colapso, porque o governo Alckmin só investia na manutenção convencional, resolveu apostar na modernização dos trens e no sistema de sinalização, ambos de 40 anos atrás. Mas esse investimento atrasado não significou o fim dos problemas, que acontecem com grande frequência”, explicou Xavier. Até agora aconteceram panes em todos os meses de 2012.

Xavier chamou de paliativos os investimentos feitos, inclusive afirmando que são insuficientes para as novas linhas do metrô. “Não existe um planejamento a longo prazo e isso tem como consequência erros estratégicos como, por exemplo, investir em monotrilho da Vila Prudente para a Cidade Tiradentes”. Segundo ele, esse tipo de sistema não é de alta capacidade, portanto, não vai atender a forte demanda da Zona Leste. “A frustração vai ser grande e os problemas operacionais inúmeros porque vai comprometer o sistema instalado hoje”, ressaltou.

O dirigente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Wagner Fajardo, não vê solução a curto prazo para as panes no metrô. Segundo ele, é preciso construir mais linhas de metrô, com mais rapidez. “Aqui em São Paulo construímos uma média de um km de metrô por ano enquanto em cidades como Barcelona o índice atinge de quatro a cinco km por ano”, comparou.

Enquanto o metrô de São Paulo caminho a passos de tartaruga, o número de usuários do metrô quase duplicou em três anos. Segundo Fajardo, até 2008/2009 o metrô da cidade era utilizado por cerca de dois milhões e meio de usuários enquanto atualmente são aproximadamente quatro milhões. De acordo com Xavier, São Paulo necessitaria hoje de um sistema de metrô com, no mínimo, 300 km. Atualmente, o metrô de São Paulo não chega nem a 80 km de extensão.

Fonte: Railídia Carvalho – Vermelho-SP

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