Metalúrgicos de Betim (MG) aprovam pauta que reivindica reajuste de 13%

Reajuste salarial de 13% e piso de ingresso de R$ 1.698,00. Estes dois itens fazem parte da pauta de reivindicações da Campanha Salarial Unificada de 2013, aprovada pelos metalúrgicos de Betim e Região neste domingo (28), em assembleia realizada no Clube dos Metalúrgicos, em Betim.

Na assembleia, os trabalhadores também autorizaram a diretoria do Sindicato a dar início às negociações com os patrões – a pauta de reivindicações será entregue à Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) na próxima quarta-feira (31), em Belo Horizonte.

Além de trabalhadores e de dirigentes do Sindicato, a assembleia contou com a presença do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil em Minas Gerais (CTB Minas) e da Federação Interestadual dos Metalúrgicos e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), Marcelino da Rocha, e da deputada federal Jô Moraes (PCdoB-MG).

Cláusulas

A campanha salarial, que reúne mais de 20 sindicatos de todo o Estado, abrange a cerca de 280 mil metalúrgicos. A Convenção deste ano é composta de 100 cláusulas, entre reivindicações econômicas e sociais, como: abono de um salário nominal a todos os trabalhadores; pagamento de 100% sobre as horas extras feitas nos dias úteis e de 200% nos domingos e feriados; vale alimentação de R$ 450,00; pagamento de um salário nominal no retorno de férias; fornecimento de lanche no início da jornada de trabalho; e vales transporte e alimentação gratuitos.

Os metalúrgicos também pleiteiam a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário; estabilidade de dois anos ao trabalhador vítima de acidente do trabalho ou até a aposentadoria no caso de seqüelas de maior gravidade; convênio médico gratuito; que as empresas arquem com os custos da perícia médica caso o trabalhador afastado por doença/acidente do trabalho receba alta do INSS e a mesma não seja reconhecida pelo empregador; e que os membros das Comissões Internas de Prevenção de

Acidentes (CIPAs) sejam liberados ao menos duas vezes por ano para participarem de encontros, cursos, seminários ou palestras promovidos pelo Sindicato; entre outras demandas.
Correia de transmissão

Segundo o presidente do Sindicato, João Alves de Almeida, a pauta extensa demandará muita negociação com os patrões. “Por se tratar de uma campanha unificada, não estaremos sozinhos nesta luta. Porém, será preciso que os metalúrgicos participem ativamente da campanha, como uma verdadeira correia de transmissão, para convencermos o maior número possível de companheiros nas fábricas sobre a importância desta batalha”.

Para João Alves, os bons acordos de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) firmados este ano são exemplos de que quando os trabalhadores caminham juntos com o Sindicato, a vitória é certa. “A campanha de PLR deste ano nos mostrou que vale a pena lutar. Com os acordos fechados nas principais empresas da base, conquistamos milhões de reais para os trabalhadores, proporcionando um ganho a mais para os metalúrgicos, incentivo à economia local e, consequentemente, aumento do consumo no mercado interno”, avalia.

Piso de ingresso

Tão importante quanto lutar pelo reajuste salarial, deve ser a luta pelo aumento do piso de ingresso da categoria, afirma o presidente da CTB Minas, Marcelino da Rocha. Para ele, o aumento do piso é importante para todos os trabalhadores, inclusive para aqueles que ganham acima.
“Temos que ter uma atenção muito especial sobre isso porque, se o piso salarial de ingresso não aumenta, como tivemos ganho real nos últimos três acordos a tendência das empresas é de substituírem a mão de obra para baratear o custo”, explica.

De acordo com Marcelino, o salário mínimo valorizado, como vem ocorrendo nos últimos dez anos, com os governos Lula e Dilma, pressiona os demais salários a subir. “Sem dúvida, o aumento do piso de ingresso é um dos itens mais importantes desta pauta”, atesta.
Momento favorável

A deputada federal Jô Moraes considera que o momento é favorável para se avançar nas conquistas, devido aos esforços feitos pelo governo Dilma para incentivar a economia, como a desoneração de impostos na indústria automotiva e da “linha branca”, e pelo fato de a população estar indo às ruas lutar pelos seus direitos.

“Esse sentimento de ir à luta, de sair às ruas, pode ajudar na Campanha Salarial dos metalúrgicos. É preciso envolver a família, a comunidade, o time de futebol, a igreja, pois nem sempre é possível a mobilização na porta da fábrica, devido à repressão e às pressões. Uma boa Convenção Coletiva é benéfica não só para os metalúrgicos e metalúrgicas, mas para toda a coletividade”, afirma Jô Moraes.

Ato público

Durante a entrega da pauta de reivindicações dos metalúrgicos aos patrões, na próxima quarta-feira, as entidades participantes da Campanha Salarial vão promover um ato público em frente à Fiemg, na capital. É importante que os trabalhadores que tiverem disponibilidade participem da manifestação.

Fonte: Sindbet

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