Manifestação ocupa Brasília e defende pauta estudantil

Estudantes de todo o país promoveram uma grande manifestação em Brasília, nesta quinta-feira (27), que reuniu estudantes, líderes do movimento estudantil, sindicalistas dos setores da educação e dos movimentos sociais. A atividade foi organizada pelo Espaço de Unidade de Ação, que reúne várias organizações representativas da classe trabalhadora, movimento popular e estudantil, entre elas a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas).

Junto às bandeiras pela aprovação do Plano nacional de Educação (PNE) e recursos dos royalties do petróleo para educação, os estudantes criticaram a grande mídia, que quer se apoderar das reivindicações e das manifestações do povo. As críticas também se estenderam ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, deputado Pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), que tem sido apontando como responsável pela aprovação de matérias que ameaçam as conquistas e avanços da sociedade brasileira.

A manifestação começou com a concentração em frente ao Museu Nacional e percorreu toda a Esplanada dos Ministérios refazendo uma trajetória tradicional nas manifestações de rua em Brasília. Ao som de “ocupa, ocupa, ocupa a esplanada” e seguida por forte aparato policial, a passeata chegou em frente ao Congresso Nacional onde os manifestantes se espalharam no gramado para ouvir os oradores.

Além dos estudantes, ocuparam o microfone representes dos professores, dos trabalhadores em educação, do movimento de mulheres e do MST, que reafirmaram a palavra dos estudantes de que o povo nunca saiu das ruas e manifestaram o desejo de manter a aliança entre os diversos segmentos dos movimentos sociais em torno das bandeiras de luta por melhorias na qualidade de vida da população, com mais educação, saúde de qualidade, tarifas reduzidas de transporte público entre outros.

Críticas

Líderes estudantis que se revezaram no microfone, destacaram que “hoje o momento é diferente porque a juventude e o povo levantaram a cabeça para dizer que não aceitam o país de benefícios para os banqueiros, sem recursos para educação e com aumento nas tarifas de ônibus”.

A secretária geral da Contee (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino), Cristina Castro, disse que “queremos educação libertadora, não homofóbica, não sexista, que integre o nosso povo”. E disse que essa á a luta diária dos movimentos estudantil e sindical, que estão nas ruas com bandeiras conjuntas pela “educação pública, gratuita, laica e de qualidade”.

O coordenador do coletivo de juventude do MST, Raul Amorim, reafirmou a importância da aliança entre o movimento camponês e os estudantes na luta por mudanças estruturais do país. E sugeriu aos estudantes que aproveitem a oportunidade para visitar as salas de aula, intensificando o trabalho de base, que deve mostrar o exemplo pedagógico de se organizar, “que é a única forma de se obter conquistas”, afirmou.

“A manifestação é uma forma de pressionar as autoridades para dar a atenção necessária à educação e aos temas da juventude. Enquanto houver a imensa defasagem na qualidade da educação pública do país, professores mal pagos, infraestrutura precária e outros desafios, não resolveremos problemas históricos do Brasil”, afirmou a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Vic Barros, que comandou a manifestação ao lado da presidenta da Ubes, Manuela Braga.

 “É inadmissível que o Plano Nacional de Educação esteja há mais de dois anos e meio no Congresso sem perspectiva de aprovação imediata. Diante das mobilizações não existe momento mais ideal para debater educação”, avalia ainda a dirigente estudantil, reafirmando as bandeiras de luta dos estudantes, que são:

– 10% do PIB (Produto Interno Bruto), 100% dos royalties do petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-sal para educação pública e aprovação imediata do Plano Nacional de Educação;
– Passe livre estudantil;
– Reforma política que acabe com o financiamento privado de campanhas eleitorais;
– Contra o projeto da “cura gay” e o Estado laico;
– Democratização dos meios de comunicação com aprovação do projeto de iniciativa popular da Lei da Mídia Democrática.

Portal CTB com Márcia Xavier

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