Grito de Alerta em defesa da produção chega a Minas Gerais nesta quinta

O Grito de Alerta em defesa da produção e do emprego chega a Minas Gerais, nesta quinta-feira (12). Um grande ato público, organizado pelas centrais sindicais, sindicatos, trabalhadores e empresários de todo o Estado, será realizado em Belo Horizonte, às 13h.

Logo após, haverá uma passeata simbólica até a Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), localizada próximo ao BC, onde será realizado um debate sobre a desindustrialização, às 14h30.

O debate, com a participação das centrais sindicais, trabalhadores e empresários do setor industrial, requerido pelo deputado estadual Celinho do Sinttrocel (PCdoB), vai contar com a presença do presidente da CTB Minas, Gilson Reis; governador do Estado, Antonio Anastasia; presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Dinis Pinheiro; presidente Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Junior; presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Ângelo José Roncalli de Freitas; e do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), José Calixto Ramos.

“A exemplo de outros Estados, Minas não podia ficar de fora deste debate tão importante para o País, especialmente para a classe trabalhadora. Por isso, conclamamos a todas as entidades sindicais filiadas à CTB, militantes e trabalhadores para comparecerem em grande número ao ato. O Brasil precisa crescer, mas com valorização do trabalho e distribuição de renda”, disse o presidente da CTB Minas, Gilson Reis.

A desindustrialização é um fenômeno caracterizado por um longo período de queda da participação da indústria na formação do Produto Interno Bruto (PIB) e no índice geral de empregos.

O dado mais emblemático desse processo no Brasil é que, em 2011, a participação da indústria no PIB foi de apenas 14,6%, segundo o IBGE. O patamar é o mais baixo desde 1956, quando esse segmento, que transforma matéria prima em bens de consumo ou itens usados por outras indústrias, respondeu por 13,8% das riquezas produzidas no país.

Alguns setores específicos têm sido mais impactados pela desindustrialização. É o caso da indústria têxtil, importante para a economia mineira. O setor teve retração de 9,2% em 2011, em função da entrada cada vez maior de tecidos chineses no país.

Para o deputado Celinho do Sinttrocel, é preocupante observar que a produção de um país como o Brasil passa por um período de desaceleração industrial. “O reflexo dessa desaceleração pode ser visto no chamado processo de desindustrialização que atinge a economia nacional, que apresentou uma queda de 15% na indústria nos últimos 30 anos”, ponderou.

Na opinião dele, para que ocorra uma reversão deste quadro é necessário aplicar algumas medidas emergenciais como o controle de remessas de lucro, a quarentena para o capital especulativo, o controle de importações e uma política industrial de substituições de importações.

Segundo estudo realizado pela consultoria da ALMG, a economia brasileira teria se caracterizado por quadro de desindustrialização já nas décadas de 1980 e 1990, marcado tanto pela redução da participação relativa do emprego industrial no emprego total quanto pela queda da participação da indústria no valor adicionado total da economia. Uma das causas apontadas para esse cenário teria sido o baixo investimento realizado na economia brasileira.

Ainda de acordo com o estudo, outro argumento que tende a reforçar a tese do processo de desindustrialização em curso no País diz respeito à observação dos saldos da balança comercial brasileira para as décadas de 1990 e 2000. Se por um lado a balança comercial de “commodities”  apresentou superávit crescente nestas décadas, o saldo da balança de manufaturados retrocedeu para um déficit de 10 bilhões de dólares.

Em última instância, o conjunto desses fatores aponta que o processo de desindustrialização que parece estar em curso no País encontra suas causas na apreciação da taxa real de câmbio resultante da valorização dos preços das “commodities” e dos recursos naturais no mercado internacional.

A questão cambial, com a valorização do Real, é reconhecida por especialistas como uma das causas da desindustrialização. Outros fatores apontados são a alta carga tributária, que torna os produtos brasileiros pouco competitivos; as taxas elevadas de juros e os gargalos de infraestrutura (estradas e portos ruins e poucas ferrovias), além do alto custo da energia elétrica.

Programação do Ciclo de Debates:

12 abril

14h30 – Abertura

– Dinis Pinheiro, presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
– Antonio Anastasia, governador do Estado de Minas Gerais.
– Cláudio Costa, presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.
– Antônio Carlos Andrada, presidente do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais.
– Alceu José Torres Marques, procurador-geral de Justiça do Estado de Minas Gerais.
– Andréa Abritta Garzon Tonet, defensora pública-geral do Estado de Minas Gerais.
– Olavo Machado Junior, presidente Federação das Industrias de Minas Gerais (Fiemg).
– Ângelo José Roncalli de Freitas, presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM).
– José Calixto Ramos, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).

15h – Palestras

– Deputado Celinho do Sinttrocel, vice-presidente da Comissão de Transporte, Comunicação e Obras Públicas e autor do requerimento para o Ciclo de Debates.
– Gilson Reis, presidente do Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) Minas.
– Dorothea Werneck, secretária de Estado de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (a confirmar).
– Clélio Campolina Diniz, reitor da Universidade Federal de Minas Gerais (a confirmar).
– Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Fonte: CTB-MG

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