Governo e deputados gaúchos acabam com piso regional

 

O piso regional no Rio Grande do Sul tem prazo para acabar. Em janeiro de 2011, quando o salário mínimo nacional receber reajuste o piso regional gaúcho ficará menor, acabando assim o sentido de sua existência. Depois de ser adiada várias vezes a votação do piso regional aconteceu nesta quarta-feira (23) por volta das 18h, na Assembleia Legislativa, e aprovou o reajuste de 6,9%. Este índice foi apresentado pelo governo do Estado, enquanto as centrais sindicais pediam 14%.

Os deputados comprometidos com os trabalhadores tentaram um índice alternativo com a emenda de reajuste de 9,68%, o mesmo índice do salário mínimo nacional, apresentada pelo deputado Heitor Schuch (PSB). No entanto a emenda foi derrotada. Os deputados das bancadas do PSB, PCdoB e PT, argumentaram que o piso regional não iria aumentar o desemprego e que a diferença entre a proposta do governo e a da oposição era, em números absolutos, de apenas cerca de R$ 10. A bancada do PDT também votou favorável aos 9,68%.

Schuch disse que não entendia porque os empresários eram contrários ao piso regional já que com mais dinheiro no bolso, os trabalhadores iriam consumir mais. Já Raul Carrion (PCdoB) falou que o Rio Grande está na contramão da história porque enquanto o Brasil investe na economia interna, o governo gaúcho acaba com o piso diferenciado para mais de 1,2 milhão de trabalhadores.

Para o presidente em exercício da Fecosul, Rogério Reis, mais uma vez os trabalhadores foram derrotados por um projeto de governo voltado a interesses contrários aos dos trabalhadores. “Por isso é importante que todos os trabalhadores reflitam sobre qual projeto querem para o nosso estado e o nosso país e saibam escolher os seus legítimos representantes no próximo pleito eleitoral. Ou seja, precisamos de representantes comprometidos com o projeto de desenvolvimento que contemple os anseios da classe trabalhadora e que traga melhoria na qualidade de vida para quem constrói as riquezas do nosso estado e do nosso país”, alertou Rogério Reis.

Lamentável, disse Sérgio de Miranda, presidente em exercício da CTB/RS. “A Assembleia Legislativa perdeu a oportunidade de fazer no Rio Grande do Sul o que está sendo feito no Brasil. Ou seja, de promover o desenvolvimento e o crescimento porque já está provado que os trabalhadores com mais recursos no bolso movimenta a economia”, considerou Miranda. O dirigente da CTB também destacou que o projeto do governo estadual mostrou “claramente”, que está a serviço dos patrões. “O governo está na contramão da história”, finalizou Miranda.

O Rio Grande do Sul foi o primeiro estado brasileiro a instituir o piso regional, previsto na Constituição, em 2001. Na sua instituição o piso regional gaúcho equivalia a 1,28 salário mínimo. Atualmente está apenas R$ 1,00 acima do mínimo nacional e em janeiro de 2011 ficará abaixo.

Fonte: Márcia Carvalho – Porto Alegre

 

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