Em reunião da executiva em Minas, o presidente da CTB, Adílson Araújo, destaca a importância de uma Frente Ampla para o Brasil sair da crise

Por Anderson Pereira

O presidente nacional da CTB, Adílson Araújo, defendeu, nessa terça-feira (16), durante reunião virtual com a executiva da CTB-MG, a formação de uma Frente Ampla para derrotar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas próximas eleições. Segundo ele, o quadro político brasileiro é “dramático”.

“Precisamos dialogar com todos os setores da sociedade brasileira, pois o nosso contexto é dramático, trágico e de difícil solução. Estamos vivendo uma verdadeira tragédia humanitária. Temos um presidente que nega a ciência e o uso de máscara. Agora surgem novas variantes da Covid-19. Bolsonaro é o presidente da morte”, disse ele.

Nessa terça-feira, o Brasil registrou o recorde negativo de 2.842 mortes em 24 horas, chegando ao total de 281.626 óbitos desde março do ano passado.

O presidente da CTB também comentou a posse do médico Marcelo Queiroga no lugar do general Eduardo Pazuello no ministério da Saúde. Essa é a quarta substituição na direção da pasta em um ano.

“Mudou o ministro, mas o presidente é o mesmo. Vamos lembrar que, no ano passado, Bolsonaro desautorizou ações de combate à pandemia do então ministro Henrique Mandetta e, mais recentemente, do próprio Pazuello”, disse Araújo.

O presidente da Central também criticou a atual política econômica coordenada pelo ministro Paulo Guedes que, segundo Araújo, “só pensa em privatizar tudo”.

“O nosso quadro econômico é de deteriorização. O Guedes segue obcecado em privatizar tudo. Ele quer vender a Eletrobrás, os Correios e a Petrobras. Hoje, o preço dos combustíveis está nas alturas por conta dessa visão entreguista”, lembrou o presidente da CTB.

Segundo Araújo, o Brasil deveria seguir o exemplo de outros países do mundo que, diante da pandemia, têm aumentado os investimentos públicos para sair da crise.

“Não há outro caminho se não houver investimentos públicos. Só os EUA, aprovaram um pacote econômico de quase 2 trilhões de dólares para a retomada do crescimento. O Reino Unido aprovou uma ajuda de 6,5 bilhões de libras, além da taxação dos ricos. A China também tem ido por esse caminho”, afirmou ele.

Apesar da conjuntura adversa, o presidente da CTB afirmou que as vitórias na Bolívia e na Venezuela, por exemplo, “reconfiguram o cenário político na América Latina”. Sobre a volta de Lula ao debate público, Araújo considera que “é um pequeno antídoto ao Bolsonarismo”.

“Precisamos apontar caminhos, lutar pela vacinação em massa, a taxação das grandes fortunas e por um projeto de geração de emprego e renda que, hoje, não existe no Brasil. O programa do governo Federal, o Pró-Brasil, ficou no papel e, mesmo assim, previa investimentos pífios da ordem de R$ 30 bilhões”, disse Araújo.

Também participaram do encontro virtual a presidente da CTB-MG, Valéria Morato; a vice-presidente da CTB-MG, Kátia Gaivoto, o secretário-geral da Central, Gelson Alves da Silva; o secretário de Formação da CTB-MG, Jota Lacerda e outros dirigentes sindicais em Belo Horizonte e também no interior do estado.

Sindicalize-se

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“Precisamos disputar a narrativa e elevar o nível de consciência da população. Hoje, infelizmente, integrantes do próprio governo são responsáveis por veicularem notícias falsas”, disse Adílson Araújo.

Além disso, de acordo com ele, a comunicação e uma assessoria tecnológica são as principais tarefas do movimento sindical neste momento.

Para destacar a importância dos sindicatos, sobretudo nessa conjuntura de ataques aos trabalhadores, o presidente da CTB citou o filósofo e escritor Noam Chomsky.

“Não existe avanço civilizatório sem os sindicatos. O movimento trabalhista é a vanguarda, tanto na mudança social progressista quanto na transformação social”.