CTB Bahia debate organização e direito de greve no serviço público

 

A segunda-feira (02) foi de muito debate para os dirigentes sindicais do serviço público na Bahia. A CTB promoveu, em Salvador, um encontro estadual para debater direito de greve, negociação coletiva, organização sindical e a pauta dos trabalhadores no Congresso Nacional. Com temas tão complexos quanto interessantes, o evento reuniu representantes de 25 entidades sindicais de todo o estado, ligadas a servidores municipais, estaduais e federais.

“O debate do tema é de fundamental importância para a CTB Bahia que vem tendo um crescimento expressivo na área do serviço público, principalmente municipal. Por isso, o Encontro Estadual dos Servidores Públicos foi formatado com o objetivo de ajudar na formação de quem está chegando e também organizar a nossa atuação em relação a pautas prioritárias, como a regulamentação do direito de greve, por exemplo. Foi um debate muito produtivo”, afirmou ou secretário de Serviço Público da CTB Bahia, Renato Jorge Pinto.

O evento, realizado no Hotel Sheraton, contou com exposições preciosas da deputada federal Alice Portugal (PCdoB –BA), do secretário Nacional do Serviço Público da CTB, João Paulo Ribeiro, e do jornalista e assessor do Diap – Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar Marcos Verlaine.  

Na mesa sobre conjuntura, a deputada Alice Portugal fez uma retomada histórica da luta dos servidores públicos, começando pela criação das entidades sindicais, ainda na época da ditadura, passando pela perseguição às lideranças do setor, com demissões e ameaças. A parlamentar citou também  a demissão de milhares de servidores no governo Collor, além do arrocho salarial e a retirada de direitos da era FHC. “Hoje, apesar dos avanços, ainda temos muitos projetos prejudiciais aos servidores públicos tramitando no Congresso Nacional. Alguns estão congelados, apenas esperando um cochilo nosso para entrar em votação. Estamos atentos e temos conseguido vitórias importantes, como a aprovação da licença classista remunerada, mas sabemos que ainda há muito a ser conquistado”, acrescentou Alice.

Unidade na luta

A necessidade de mobilização para aprovação de propostas positivas no Congresso também pontuou a exposição do jornalista Marcos Velaine, que mostrou como alguns projetos de regulamentação do direito de greve do servidor em tramitação na Casa visam, na verdade, impedir este direito. A manutenção de 70% dos servidores trabalhando e a classificação de tudo como serviço essencial são alguns pontos que precisam ser derrubados pelos sindicatos. “Para isso, os trabalhadores precisam se organizar para eleger uma bancada de deputados que representem os seus interesses. A leitura atual mostra a ameaça de redução da atual bancada sindicalistas, que já é pequena, é preciso reverter esta situação nas urnas em outubro”, alertou Verlaine.

O presidente da CTB Bahia, Aurino Pedreira, considerou o encontro positivo, mas lamentou o fato de muitas lideranças ainda não terem entendido a importância de ter momentos de debate e reflexões. “Ás vezes não nos apropriamos deste tempo de debater e refletir. Assim, continuamos com as lutas economicistas e olhando apenas para as nossas demandas. Precisamos refletir sobre o que queremos para o país. A CTB é uma central classista, que tem como principal objetivo elevar o nível de conscientização do conjunto dos trabalhadores. Isso deve ser colocado acima de qualquer debate de reajuste salarial. Só com a união de todos poderemos ter avanços mais efetivos”.

“O debate sobre salários e condições de trabalho é mais difícil no setor público, pois além do governo e dos trabalhadores, tem também a população. A greve no serviço público se faz necessária sim, mas é preciso fazer um grande debate para ganhar a sociedade para a nossa luta. Precisamos ver um jeito de usar o nosso direito legítimo para contribuir com o crescimento da sociedade. Isso não é fácil. Temos desafios enormes e este evento é apenas o pontapé inicial do debate sobre este tema que é bem complexo”, concluiu Aurino Pedreira.

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