A CRISE SANITÁRIA (PANDEMIA COVID 19)

A pandemia do COVID 19 tornou explícitas a alienação do governo Bolsonaro em relação a vida dos brasileiros. Por mera conveniência política, sua gestão propala o mais desonesto negativismo ao vírus e, irresponsavelmente, desconsidera as recomendações da ciência e dos profissionais de saúde.

Desde o início da pandemia Bolsonaro tratou como uma “gripezinha”; incentivou o não uso de máscaras; minimizou o distanciamento social; promoveu a concentração popular ao participar de atos públicos sem usar máscaras; estimulou os brasileiros a relaxarem os protocolos restritivos.

O Presidente tornou-se um verdadeiro propagandista da cloroquina – um medicamento que a ciência comprovou ser ineficaz ao tratamento do COVID 19 – e gastou vultosos recursos públicos com sua produção desnecessária. É duro constatar o fato, mas Bolsonaro enxerga a realidade e a despreza. Sua atitude consciente de desconsiderar a morte alheia, permite categoricamente denominar suas política pelo que ela é: uma política de genocídio.

Em pleno curso da mais grave crise sanitária da história do Brasil, o país foi mantido sem Ministro da Saúde. A irresponsabilidade de Bolsonaro e seu governo de não conduzir centralizadamente uma política sanitária apropriada deixou a deriva os estados e os municípios. E diante do fracasso de sua gestão da crise sanitária, passou a acusar – pasmem – os governadores, prefeitos e até a imprensa de serem responsáveis por ela. Sua crítica é, entretanto, seletiva, e atinge principalmente governadores opositores do campo democrático.

Enquanto a crise social assume dimensões catastróficas, seu governo permanece alheio ao sofrimento das pessoas e a dor das famílias enlutadas. Enquanto centenas de milhares de pequenas e médias empresas estão ameaçadas de fechar suas portas, seu governo trava administrativamente as iniciativas parlamentares de apoio econômico tão necessárias. Neste quadro, passados já quase seis meses desde o início da pandemia, o governo federal praticamente não liberou empréstimos e garantias aos pequenos e médios empresários.

Ressalte-se que por consequência direta das medidas recessivas implementadas desde o golpe de 2016, da reforma trabalhista e do enfoque liberal na gestão do orçamento público, o Brasil já encontrava-se em profunda crise econômica antes da pandemia.

Trata-se de governo administrativamente incapaz, ao qual faltou a mínima disposição de adotar medidas econômicas de suporte às pequenas e médias empresa, com vistas à garantia do emprego. Trata-se de pura e simples ausência de disposição de agir, pois os instrumentos de intervenção visando amparar a sociedade com vistas a seu bem comum, foram disponibilizados pelo Congresso.

A política ultraliberal é o centro de sua política econômica. As reformas previdenciárias e trabalhistas aprovadas em seu governo, as medidas de desconstrução de políticas sociais, de direitos humanos, de favorecimento do capital financeiro em detrimento dos pequenos e médios empresários, urbanos e rurais é a tônica de suas propostas.

Se para nós, trabalhadores, a questão central é o ser humano e a vida; para Bolsonaro é o negativismo da ciência que tem tomado como eixo ordenador da vida social. São os pressupostos de uma política fascista. Neste momento, quando chegamos a mais de 2 milhões de casos, beirando as 100 mil mortes, uma política sanfona de abrir e fechar os estabelecimentos comerciais, que prioriza os interesses econômicos em relação à vida, mais que nunca fica clara a irresponsabilidade do Presidente Bolsonaro e sua política criminosa.

Entendemos que a política deve estar devotada em defesa da vida. No entanto, no enfrentamento da atual pandemia os critérios encontram-se invertidos (percentual de leitos de UTI ocupados relativamente ao número total, em detrimento de uma política de atenção básica da saúde, do distanciamento social, da intensificação dos testes e mapeamento e seguimento dos contatos). Por isto a CTB Paraná não aceita uma exposição ainda maior dos trabalhadores(as) formais e informais, e das crianças por meio do anunciado retorno das atividades escolares.

FORA BOLSONARO!

CTB – PARANÁ