Congresso dos Bancários da Bahia reúne bancários de outros estados e países

 

Realizado durante os dias 15 e 16 de maio, o X Congresso Estadual dos Bancários da Bahia reuniu em sua abertura representantes dos sindicatos do Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo, Pará e Amapá, além da delegação internacional, representando bancários de Portugal, Uruguai, Colômbia, Países Bascos e Peru.

A mesa tratou sobre a unidade e força da categoria na luta contra os banqueiros, o capitalismo e, principalmente, a exploração dos bancários e da sociedade. Outro destaque foram os impactos da crise financeira mundial sobre os trabalhadores e a necessidade de organização no espaço de trabalho, um direito da classe.

Discutir os problemas da categoria não é o único objetivo do Congresso dos Bancários. Após a abertura do evento, os trabalhadores puderam debater também a conjuntura econômica e política do Brasil e do mundo.

A exposição do tema coube a Nivaldo Santana, vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), que mostrou a visão da Central sobre os reflexos da crise econômica na vida da população. “O sistema capitalista está vivendo uma grande crise e o Brasil pode sair fortalecido deste momento, que chegou na América Latina por último e com menor intensidade. Talvez por isso, nós estamos saindo antes da crise”, afirmou.

Sistema financeiro em debate no Congresso

Os bancários discutiram também a regulamentação do sistema financeiro, que mesmo sendo um dos mais conservadores do mundo favorece a concentração e os lucros bilionários dos bancos. “Na década de 1980 havia mais de cem bancos no Brasil. Agora, temos apenas seis bancos nacionais, que controlam grande parte da economia e têm lucros bilionários em um trimestre”, enfatizou Eduardo Navarro, coordenador do Ramo Financeiro da CTB.

Navarro apresentou também a proposta dos bancários classistas para uma regulamentação do sistema financeiro que privilegie os bancos públicos como fonte de desenvolvimento do país. O novo sistema cobraria também responsabilidade dos bancos privados, através do aumento das agências em pequenas cidades.

Combate ao assédio moral

   
O assédio moral, mal que tira o sono e deixa sequelas graves nos trabalhadores, recebeu atenção especial durante o Congresso. A discussão girou em torno da intensificação, gravidade, amplitude, banalização e como os bancários são atingidos com a pressão e a humilhação no ambiente de trabalho.

A diretora Graça Gomes, lembrou que o assédio moral não é um fenômeno novo. “Ele é tão antigo quanto à relação de trabalho”, disse. No entanto, ainda é um problema com reflexões recentes no Brasil, portanto pouco conhecido pela população. O Bradesco foi lembrando por ser o banco com maior número de queixas de assédio moral.

De acordo com a OIT (Organização Internacional do Trabalho), as perspectivas para as próximas décadas são assustadoras e as principais doenças entre os trabalhadores serão depressões, angústias e outros danos psíquicos. Todos relacionados às novas políticas de gestão na organização de trabalho.

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