Cerca de 60 mil ocupam a av. Paulista contra o desmonte do ensino público

Durante a tarde da última sexta-feira (19), a Avenida Paulista voltou a ser palco de mais um protesto do magistério paulista. Em assembleia realizada no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), professores da rede estadual de São Paulo aprovaram a manutenção da greve por tempo indeterminado.

Na assembleia convocada pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) – que cobrou diálogo do governador José Serra e de seu secretário da Educação, Paulo Renato – compareceram mais de 60 mil, que gritavam palavras de ordem como “A greve continua, Serra a culpa é sua”, contra a intransigência do governo estadual e o desmonte do ensino.

A realização do ato chegou a ser ameaçada pelo Ministério Público do Estado, que entrou nesta quinta-feira (18) na Justiça para proibir a manifestação.  O pedido, absurdo, foi devidamente negado pelo juiz da 20ª Vara Cível, Flávio Abramovici — e a manifestação foi mais uma demonstração de combatividade da categoria.

Durante as intervenções os repúdios e as críticas se deram em relação à postura intransigente do governo tucano, que ao invés de abrir canais de negociação com a Apeoesp,  preferiu ir à imprensa, ao longo da semana, para provocar a categoria. Enquanto Paulo Renato classificou a paralisação como “eminentemente eleitoral”, Serra tachou a greve de “trololó”.

Do Masp os manifestantes seguiram para  a Secretaria da Educação, localizada na Praça da República.

 Os professores que esperam ser recebidos pelo governo e avisam que,  no caso de não haver diálogo, voltarão ao órgão na próxima terça-feira (23).

A próxima assembleia está marcada para o  dia 26 de março, diante do Palácio do Governo, no  Morumbi. A intenção da categoria é pressionar o governo Serras a atender aos pedidos a categoria. “Até o momento, não há abertura de negociações com o estado”, diz Maria Izabel Noronha, presidente da Apeopesp.  Ela também condenou a postura mentirosa adotada pelo governo estadual que, além de não negociar, manipula os números, falando em 1% de adesão da categoria. “Serra insiste em dizer que não há greve, mesmo assim, a cada assembleia, vemos que é cada vez maior o número de manifestantes”, afirmou.

Além de reajuste salarial, as principais bandeiras dos professores são: incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira; garantia de emprego; fim de avaliações para temporários; e realização de concursos públicos para a efetivação dos docentes.

A rede de São Paulo conta com mais de 220 mil professores e 5 milhões de alunos. Segundo a Apeoesp, os professores que compõem o comando de greve estão visitando as escolas para conversar com pais, alunos e professores, explicando o porquê da paralisação.

Portal CTB com informações das agências

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.