Centrais iniciam debate pelo reajuste do salário mínimo regional no RS

A ampla sala de reuniões da CTB-RS ficou lotada com a presença dos dirigentes das centrais sindicais, federações e sindicatos na manhã de quinta-feira (13). Por um importante motivo: foi a primeira reunião de debate do reajuste do Salário Mínimo Regional que deverá entrar em vigor a partir de janeiro de 2014.

Os dirigentes contaram com a assessoria do supervisor do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos do RS (DIEESE), Ricardo Franzoi, que destacou a importância de antecipar a discussão do Piso Mínimo Regional.

“Considero muito positivo ter iniciado o debate com tanta antecedência porque uma das propostas é antecipar a data-base do reajuste do piso, de fevereiro para janeiro. Nós sabemos que, quando se aproxima o final do ano, as centrais sindicais têm muitos compromissos e diversas atividades. Por isso, é muito importante antecipar e iniciar daqui a um mês a campanha pelo reajuste e valorização do Piso Regional”.

Segundo Franzoi, “o atual ambiente econômico é muito favorável para o crescimento dos salários na medida em que a estimativa que estão sendo feitas pelas federações e pelos empresários é que haverá um crescimento entre 5% a 6% na economia do Rio Grande do Sul. Essa projeção deve se materializar também no aumento dos salários e o Piso Regional é um bom instrumento para favorecer a distribuição da riqueza”.

Ao mesmo tempo, o supervisor do DIEESE se mostrou preocupado com a estratégia que tem constatado nas últimas reuniões com o patronato. “Os empresários começam a adotar o discurso de que os salários já aumentaram muito. Eles esquecem que tivemos 30 anos de arrocho de salário, por conta da ditadura militar, na qual empresários se aproveitaram, pois também foi uma ditadura civil. Depois nós tivemos uma fase prejudicial para os trabalhadores quando houve altas taxas de inflação e, por último, o governo Fernando Henrique Cardoso proporcionou o desemprego que atingiu todo mundo. Então, esses três períodos fizeram com que os salários no Brasil fossem muito reduzidos. E agora que está havendo uma retomada dos salários, existe um movimento dos empresários com o discurso de que os salários já cresceram”, advertiu Franzoi.

“Entendo que esse será um debate mais ideológico por uma melhor distribuição de renda em vez da constatação de que a economia está tendo um crescimento favorável e capaz de proporcionar a melhoria no salário dos trabalhadores,” avaliou o supervisor do DIEESE.

Por isso, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, considerou fundamental a antecipação do início do debate, conforme justificou. “Todos estão se dando conta da importância que tem o Piso Mínimo Regional, não só do ponto de vista da distribuição de renda, da melhoria da qualidade de vida da classe trabalhadora, mas ele também tem o papel preponderante de impulsionar as ações coletivas no conjunto das categorias representadas por todas as centrais sindicais, federações e sindicatos de trabalhadores. Nós achamos que o debate deve iniciar cedo como estratégia de mobilização e de luta unificada dos trabalhadores, que é fundamental para que nós possamos pressionar o governo e, ao mesmo tempo, colocar os nossos argumentos e justificativas que existem de sobra para que seja dada continuidade a uma política de valorização do Salário Mínimo Regional que hoje acumula perdas em torno de 13% em relação à época em que foi criado em 2001, que era de 1,28 salários mínimos”.

Guiomar Vidor avaliou como muito positiva a presença maciça dos dirigentes na primeira reunião, principalmente porque constatou que há unidade das centrais, federações e sindicatos em torno da necessidade de um reajuste que recupere parte das históricas perdas salariais dos trabalhadores.

“Foi uma reunião inicial, mas houve um debate importante e relevante porque chama a atenção do conjunto do movimento sindical do Rio Grande do Sul. Nós esperamos que, a partir deagora, com o apoio do DIEESE, a gente possa fundamentar a nossa pauta de reivindicações que em seguida deverá ser entregue ao governo do Estado”, concluiu o presidente da

Fonte: CTB-RS

 

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