Entidades promovem em Campinas (SP) ato e twitaço em repúdio à ditadura

Cerca de 40 entidades e instituições (partidos políticos, sindicatos, centrais, movimentos populares, ONGs) realizam, nesta segunda-feira (31), um ato público em repúdio à instalação da ditadura militar em 1964. As atividades culturais e políticas serão realizadas a partir das 17 horas, no largo do Rosário – centro de Campinas (SP). O twitaço, no dia 01, das 10h às 18h, propõe a hastag #GolpeNuncaMais.

A partir das 17h, terá início a parte cultural e política, com os shows da cantora Aureluce Santos e do grupo Maracatucá, e as performances poéticas de Batata e Walter Rhis. Também serão expostos biombos com fotos de momentos da ditadura. A parte política terá intervenções de representantes dos organizadores do ato.

No dia 01, das 10h às 18h, as entidades convidam para o twitaço #GolpeNuncaMais.

Nesta segunda-feira, completam-se 50 anos do golpe militar de 1964, apoiado por empresários, latifundiários, partidos de direita, setores conservadores das igrejas, grande imprensa e o imperialismo dos EUA, derrubando o governo constitucional do Presidente João Goulart e implantando uma ditadura militar no Brasil por 21 anos.

O golpe resultou em: arrocho salarial/fim da estabilidade no emprego/lei anti-greve/ cassação e prisão de dirigentes sindicais/ Ligas Camponesas, União Nacional dos Estudantes – UNE, e União Brasileira dos Estudantes Secundaristas – UBES colocadas na ilegalidade/censura política e proibição delivros, peças de teatro e músicas/jornais de esquerda fechados, e censura até na imprensa que apoiou o golpe/proibição de comícios e passeatas, e violenta repressão policial/ perseguição aos opositores da ditadura, com 200 mil detidos, 11 mil acusados – destes, 5 mil condenados – nos inquéritos militares, e dez mil brasileiros exilados/torturas aos presos políticos nas prisões e nos quartéis/ mais de 400 militantes assassinados e os corpos de 150 deles desaparecidos até hoje, sem direito a uma sepultura.

O povo lutou contra a ditadura através de abaixo-assinados, panfletos, comícios, eleições, passeatas, greves, ocupações, guerrilhas urbanas e rurais. Em Campinas não foi diferente, com prisões, perseguições e torturas. Mas também muita luta e resistência.

Quase 30 anos depois do fim da ditadura, nenhum torturador, articulador ou apoiador do golpe foi julgado e preso, e isso permite que eles continuem ameaçando a democracia em nosso país. 

Por Agildo Nogueira Junior

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