Bolsonaro e Zema representam o atraso político, social e econômico que assola o país

Por Anderson Pereira*

Nesta semana, o mundo assistiu com esperança o início da vacinação contra o Covid-19 no Reino Unido. Por aqui, no Brasil, segue o impasse entre governadores e o Ministério da Saúde sobre quando começar a imunização.

Se depender do governo Bolsonaro, a vacina ainda pode demorar. Sem citar datas, o general que ocupa o Ministério da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ser “provável” que a vacinação comece em janeiro ou fevereiro. Pressionado pelos governadores, o general tentou acalmar a todos ao falar que talvez até em dezembro.

Quanto mais tarde começar a vacinação, mais vidas se perderão. Fica cada vez mais claro que o governo Federal, até hoje, não tem um plano consistente de combate ao coronavírus e os governadores sabem disso.

No Maranhão, o governador Flávio Dino (PCdoB) ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para que os estados possam comprar vacinas dos países que iniciaram a imunização.

Centenas de prefeitos também se preparam para vacinar a população o mais rápido possível. Em Belo Horizonte, a Prefeitura anunciou que fechou um acordo com o Instituto Butantan, de São Paulo, para adquirir a vacina chinesa CoronaVac, assim que for aprovada.

Na contramão da corrida pela vacina, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), repete a mesma postura reacionária e negacionista de Jair Bolsonaro (sem partido). Zema afirmou que vai esperar a implementação do Plano Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde.

Falta a Bolsonaro e Zema competência, estatura política e compromisso público. Vale lembrar que o governador de Minas Gerais foi eleito na esteira do discurso bolsonarista.

Minas Gerais é o terceiro Estado com o maior número de mortes por Covid-19 (10.499), atrás apenas de São Paulo e Rio de Janeiro. Em Belo Horizonte, 1.723 pessoas já morreram e outras 56.948 foram contaminadas.

*Jornalista

Foto: Isac Nóbrega/PR/Agência Brasil