Bancários sergipanos enfrentam firmes práticas antissindicais do Bradesco e Itaú

Durante esses 22 dias consecutivos de greve nos bancos, os dirigentes do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE) enfrentam a fúria de advogados dos banqueiros intimidando-os a se afastarem das portas dos bancos. Com velhas práticas antissindicais e antigrevistas, os advogados dos patrões tentam popularizar os chamados interditos proibitórios, ações judiciais que tentam considerar as comissões de greve como ameaças à posse e ao patrimônio. 

O Seeb-SE vem recorrendo à Justiça a todos os interditos lançados pelos bancos Itaú, Bradesco e mais recentemente pelo Banco do Estado de Sergipe (Banese). “Querem proibir e considerar ilegal as nossas manifestações de convencimento nas portas dos bancos. Em muitos casos, os advogados desses bancos agem de má fé com posse de interditos sem validade, de greve de anos anteriores”, afirma o presidente do Seeb-SE, José Souza.

José Souza se demonstra firme e evoca o direito legítimo dos trabalhadores de se utilizarem de instrumentos grevistas, para garantir a decisão majoritária dos bancários e bancárias de paralisar as atividades, por tempo indeterminado. “As comissões de greve nas portas dos bancos são pacíficas. Representam instrumentos de greve legítimos e fundamentais para a própria paralisação. Essa nossa forma de luta de convencimento e de diálogo com clientes, bancários e com a imprensa devem ser preservada. Estamos em pleno processo de negociação por melhores condições de trabalho, saúde e segurança. Os bancários precisam convencer os banqueiros a ceder à pauta de nossas reivindicações”, destaca José Souza.

Democracia e constituição brasileiras

O sindicalista ressalta com entusiasmo as conquistas de liminares em mandado de segurança, em todo o País, que estão derrubando interditos anteriormente concedidos aos bancos. A interpretação pela legitimidade das manifestações grevistas contra os interditos tem sido comum entre desembargadores progressistas em todo o País.

“Estamos firmes. Os interditos contra a greve são práticas que revelam ainda mais a ganância e a intransigência dos banqueiros. A Federação Nacional dos Bancos não quer admitir que eles têm de apresentar um reajuste salarial mais condizente com a necessidade dos trabalhadores e com o lucro exorbitantes dos bancos”, defende José Souza.

De acordo com José Souza, liminares contra interditos e os reconhecimentos públicos pelo direito de greve dos bancários têm desmascarado as artimanhas jurídicas e fortalecido a democracia brasileira. “Os banqueiros precisam antes de tudo respeitar a democracia e a constituição brasileira. As posições dos Tribunais Regionais do Trabalho contra os interditos em defesa do direito de greve fortalecem a democracia. E nós estamos atentos. Vamos procurar a Justiça contra advogados infratores e representantes dos bancos que com os interditos em mãos insistam em práticas de assédio moral contra os bancários neste processo grevista”, afirma José Souza.

Por Déa Jacobina – Seeb-SE

 

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