Bancários sergipanos alertam greve nacional

As lideranças do Sindicato dos Bancários de Sergipe (Seeb-SE) reproduziram nesta segunda-feira (15), em Aracaju, o Dia Nacional de Luta da categoria. Eles alertaram a população para uma possível greve nacional em função das dificuldades nas mesas de negociações da Campanha Salarial 2014/2015.

“Estamos denunciando a postura intransigente dos bancos e pedindo à sociedade apoio para a nossa causa. Caso a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) não atenda os prazos das negociações estabelecidos entre bancos e bancários, a categoria está mobilizada para uma possível paralisação nacional”, afirma a diretora de Comunicação do Seeb-SE, Ivânia Pereira.

Dia “D”

Os atos públicos itinerantes do Seeb-SE serão realizados de hoje até a próxima sexta-feira (19) prazo em que os banqueiros se comprometem a apresentar uma contraproposta global às reivindicações ao Comando Nacional dos Bancários.

Segundo a sindicalista sergipana, os assessores da Fenaban descumpriram o acordo inicial de apresentação de contrapostas por blocos de debates. “Já entramos na 4ª rodada de negociação e a pedido da Fenaban, o nosso comando decidiu aceitar o novo prazo. Mas até lá, estaremos mobilizando a categoria”, afirma Ivânia.

Reivindicações

Das reivindicações econômicas, os bancários nacionalmente defendem reajuste salarial de 12,5% e valorização dos pisos e Plano de Cargos e Salários. Das demandas sociais, a categoria reivindica o fim das metas abusivas e do assédio moral, a preservação da saúde, a proteção ao emprego e o fim da rotatividade e das terceirizações, mais segurança e igualdade de oportunidades.

No ato realizado na Avenida José de Faro, região que agrega a maior parte dos bancos na capital sergipana, os sindicalistas denunciaram as dificuldades enfrentadas pelos funcionários do sistema financeiro. “A cada ano, os banqueiros apostam na nossa desmobilização. Mas ao contrário da dispersão, a nossa categoria se mantém organizada. Estamos prontos para brigar pelos nossos direitos. Apostamos na tese de que os trabalhadores unidos jamais serão vencidos”, garante o sindicalista Reginaldo Gouveia. Elenilde Navarro da direção local da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe afirmou que “se for preciso parar, o nosso time está pronto”. 

Metas estressantes

O diretor do Seeb-SE, Everton Castro divulgou dados estatísticos que denunciam o crescente adoecimento dos funcionários fruto de metas abusivas e do assédio moral. “Nos últimos cincos anos, o número de bancários afastados por adoecimento mental supera o desligamento por Lesões por Esforços Repetitivos e Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho Ler Dort”, afirmou o sindicalista.

“Os nossos salários estão vencidos desde o dia primeiro de setembro. Essa luta não é fácil, estamos negociando com a classe que mais explora e mais lucra no País e que na contrapartida se nega em atender às reivindicações dos seus funcionários. Neste Dia de Luta, estamos dando um recado nacional aos banqueiros, o sistema financeiro pode parar”, afirmou o diretor de Esporte e Cultura do Seeb-SE, Adilson de Azevedo.

O sindicalista Milton Dantas declarou que a greve é um instrumento de luta dos trabalhadores e que no caso dos bancários, a categoria só paralisa as atividades quando se esgotam os caminhos da negociação. “Há quase um mês de abertura das negociações e a classe patronal se mantém intransigente. Aumentaram seus lucros com o esforço dos funcionários das agências bancárias e com a exploração das tarifas bancárias para os clientes. Eles enxergam apenas os lucros. Desrespeitam às necessidades dos trabalhadores”, declarou Milton Dantas.

O ex-bancário, Givaldo esteve no ato para demonstrar solidariedade. “Sai do banco há 25 anos, quando aderir ao PDV, mas trago aqui o meu apoio irrestrito aos bancários e desejo sucesso”, afirmou Givaldo. O diretor do Departamento dos Aposentados do SEEB/SE, Milton Oliveira garante que a categoria está mobilizada para romper o que chamou de letargia da Fenaban. “Vamos pressionar os banqueiros para que avancem nesse processo de negociação”, afirmou.

Por Déa Jacobina, do Seeb-SE

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