Fenaban sente a pressão e chama bancários para negociar

Os bancários mostram que somente uma greve forte é capaz de pressionar os banqueiros a atenderem as reivindicações. Depois de 21 dias de intensa paralisação, com 11.748 agências fechadas no país, a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) novamente reabre os diálogos. A negociação acontece às 10h desta quinta-feira (10), quando o movimento completa 22 dias.

A nova rodada foi marcada às pressas depois de a categoria rejeitar, em assembleias nos 26 estados mais o Distrito Federal, a contraproposta de reajuste salarial de 7,1% e aumento do piso em 7,5%. A expectativa é que finalmente os bancos atendam as reivindicações dos trabalhadores que querem aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção ao emprego, segurança e melhores condições de trabalho.

Com o lucro líquido de R$ 59,7 bilhões entre junho de 2012 e junho de 2013, sobram recursos para atender a pauta. Por isso, na Bahia, os bancários continuam mobilizados e só retornam ao trabalho quando houver avanços significativos. “A Fenaban sente a pressão da greve por todos os lados. O comércio foi afetado e o empresariado reclama. Falta agora o governo retomar as negociações específicas com os empregados dos bancos oficiais”, explica o presidente do Sindicato da Bahia, Euclides Fagundes.

Greve cresce

Sem acordo, a greve dos bancários completa 21 dias nesta quarta-feira (09). O Comando Nacional encaminhou documento para a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) reafirmando a necessidade de apresentação de uma nova proposta que de fato atenda as reivindicações econômicas e sociais da categoria.

Os trabalhadores reivindicam mais contratações, segurança, aumento da inclusão bancária, melhorias no ambiente de trabalho, combate à terceirização, garantia de emprego, além do reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real).

Depois de duas semanas de forte paralisação em todo o país e de muita pressão, inclusive do empresariado que sente na pele o resultado do descaso dos bancos, foi apresentada uma nova proposta de reajuste de 7,1%, aumento real de apenas 0,97%. Índice insuficiente, principalmente por se tratar do setor que mais ganha no Brasil. Entre julho de 2012 e julho de 2013, o lucro líquido ultrapassou os R$ 52 bilhões.

Diante do quadro, os bancários resolveram intensificar ainda mais a greve nacional. Na Bahia, a adesão é grande. Na terça-feira (08), 837 agências foram fechadas, número 54% maior do que no primeiro dia de movimento, quando 543 unidades ficaram sem prestar atendimento.

Fonte: Seeb

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