Ato em defesa da democracia reúne 20 mil em Porto Alegre

Cerca de 20 mil manifestantes estiveram presentes no ato em defesa da democracia realizado nesta segunda-feira (9) em Porto Alegre.

Assim como ocorrera em todo o Brasil, a mobilização fora convocada em regime de urgência pela Frente Brasil Popular e pelas centrais sindicais em reação aos gravíssimos ataques à democracia ocorridos em Brasília no último domingo.

Os manifestantes também reivindicaram que não haja anistia para os terroristas bolsonaristas que atacaram os prédios do Congresso, Palácio do Planalto e a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), e que as autoridades que ajudaram os golpistas ou foram omissas sejam responsabilizadas.

Bolsonaro na prisão

Os manifestantes concentraram-se na tradicional esquina democrática, depois saíram em caminhada pelas ruas do centro da capital gaúcha até o Largo Zumbi dos Palmares. Durante o trajeto, não faltaram palavras de ordem com foco no respeito e na defesa da democracia, apuração e punição dos responsáveis pela ação golpista e até prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Para muitos analistas políticos, o grande responsável pelo maior ataque à democracia ocorrido após a redemocratização com a tentativa frustrada de golpe que chocou o mundo na tarde do último domingo tem um responsável: o ex-presidente que, com seu silêncio atual, e as narrativas criadas por ele enquanto estava no poder, parece estimular a ação de seus apoiadores.

A representante da CTB-RS, Luciana Congo, que também é diretora do Simpa, foi uma das lideranças a discursar. “Nós, trabalhadores e trabalhadoras, repudiamos esse ataque golpista à nossa democracia. Elegemos o presidente Lula e exigimos punição com todo rigor, sem nenhum tipo de anistia, aos financiadores, aos agentes públicos e aos executores desse projeto golpista e fascista que aconteceu no domingo”, enfatizou.

O dirigente da CTB-RS, Éder Pereira, do Sintergs, afirmou que “o povo brasileiro não aceita o fascismo e o golpismo. Seguiremos na luta e na defesa das instituições democráticas que pertencem ao povo e ao país”.

Já o sindicalista Leonardo Etchevarria, diretor do CPERS Sindicato, lembrou que “as palavras de Lula, ‘Democracia para sempre’, nos movem para a luta contra o fascismo e para a unificação e reconstrução nacional”.

Unidade popular em defesa do Brasil

Os atos golpistas geraram uma imensa reação de solidariedade interna e no mundo ao governo Lula, com dezenas de declarações de chefes de Estado.

Já as manifestações de rua desta segunda mostraram o protagonismo e a necessidade de muita atenção por parte dos movimentos sociais e populares organizados frente à pauta golpista que não deve se encerrar com as prisões que estão sendo realizadas em Brasília.

O presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, avalia positivamente as manifestações em defesa da democracia. “Tivemos uma resposta contundente de todos os setores da sociedade contra os atos de barbárie e de retrocessos promovidos no último domingo por aqueles que não aceitam a democracia e a vontade da maioria da população brasileira. O povo na rua será cada vez mais fundamental para que possamos manter o estado democrático e avançar nas transformações concretas que o Brasil precisa”, salientou.

Ele também destacou que a CTB está em alerta, sendo uma das entidades que de imediato reuniu e articulou com a FBP e o Fórum das Centrais para que as manifestações fossem organizadas de forma emergencial para levar o povo às ruas, em favor de democracia, cidadania, dos direitos e pela punição dos terroristas fascistas.