Adilson Araújo: Precisamos de uma Embraer pública, reestatização já!

Publicado 27/05/2020 - Atualizado 27/05/2020
“Para bem da nação, a transferência da Embraer ao capital estrangeiro foi frustrada”, observou o presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) durante o lançamento da campanha pela reestatização da empresa via internet na noite desta quarta-feira (27).
Araújo afirmou que o povo brasileiro vive uma conjuntura muito adversa após a aprovação da EC 95, que congelou os investimentos públicos, as reformas trabalhista e previdenciária, que subtraíram direitos e conquistas da classe trabalhadora.
Ao mesmo tempo, o governo Bolsonaro e Paulo Guedes seguem obcecados em entregar o país aos monopólios norte-americanos. “Para bem da nação, a venda da Embraer para a Boeing foi frustrada. Precisamos de uma Embraer pública, reestatização já!”, conclamou.
O lançamento contou com a participação de presidentes de outras centrais e inúmeras lideranças sociais e políticas comprometidos com a defesa dos interesses nacionais.
Um patrimônio nacional
Criada pelo Estado em 19 de agosto de 1969, a Embraer foi privatizada em 1994.
Com anuência do governo Bolsonaro, no ano passado foi vendida para a Boeing, multinacional dos EUA, que rompeu unilateralmente o contrato de compra com a emergência da pandemia do coronavírus, que afetou dramaticamente a indústria da aviação e deixou a multinacional à beira da falência.
A Embraer explora uma atividade de ponta da indústria, que requer elevados investimentos em pesquisas, ciência e tecnologia. Desempenha, por consequência, um papel fundamental no desenvolvimento nacional e no fortalecimento do setor industrial. A privatização enfraqueceu a fábrica de aviões brasileira.
Na época em que foi privatizada, sob fortes críticas e protestos dos trabalhadores, as forças democráticas e patrióticas alertaram que a empresa ia acabar sendo transferida ao capital estrangeiro. Não demorou muito. Com efeito, a profecia estava sendo consumada, mas graças ao coronavírus a entrega deste patrimônio nacional para capitalistas estadunidenses foi frustrada, ao menos por enquanto.
A luta deflagrada pelos metalúrgicos de São José, liderados pelo sindicato da categoria, conta com o apoio da CTB e outras centrais sindicais e ganha grande importância nesta conjuntura. Defender a reestatização da Embraer é defender a soberania nacional, o desenvolvimento da ciência brasileira, da tecnologia e da economia, assim como emprego, salários e direitos da classe trabalhadora.
Umberto Martins