Pobreza extrema vai explodir sem auxílio emergencial

Desde que o valor do benefício caiu pela metade, em setembro do ano passado, o número de pobres voltou a subir, confirmando os receios das centrais sindicais, que

O economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas, estima que a proporção de pessoas que estarão em situação considerada de pobreza extrema, com renda de até 1,90 dólar por dia, pode dobrar no Brasil e atingir mais de 27 milhões de brasileiros e brasileiras.

Já o percentual de pobres, cuja renda diária não passa de 5,5 dólares, pode alcançar 30% da população.Tanto a pobreza como a pobreza extrema são males sociais que, no capitalismo, sacrifica a classe trabalhadora, especialmente as camadas mais pobres e vulneráveis da classe, submetida por aqui inclusive ao trabalho análogo ao escravo.

Em artigo, o economista alerta também para o aumento das desigualdades sociais, que em nosso país são escandalosas.

Esta é uma das razões pelas quais as centrais sindicais elegeram como prioridade do momento a luta pela Vacina Já associada à prorrogação do auxílio emergencial e restauração de seu valor original (R$ 600 reais per capita, podendo chegar a R$ 1,2 mil para mulheres chefes de família, que têm direito a duas cotas).

É preciso lembrar que o ministro da Economia de Bolsonaro, Paulo Guedes, acenou em março do ano passado, no início da pandemia, com um auxílio de apenas R$ 200,00, valor que foi ampliado no Congresso em boa medida por pressão das centrais sindicais e dos movimentos sociais.

Mas o presidente e seu ministro trataram de rebaixar o valor do benefício a R$ 300,00, que durou apenas até dezembro. O fim do auxílio foi o presentão do Ano Novo do governo da extrema direita para o povo trabalhador. Veio a pretexto de manter a desastrosa política fiscal que nos foi imposta desde o golpe de 2016, ancorada no congelamento dos gastos públicos, entrega das empresas estatais e destruição dos serviços públicos e dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras do setor.

A luta das centrais e dos movimentos sociais pela vacinação imediata da população, a prorrogação do auxílio emergencial e um plano de combate ao desemprego comandado pelo Estado só terá sucesso na medida em que a classe trabalhadora for conscientizada e convencida a se engajar na mobilização nacional contra o governo Bolsonaro e por uma radical mudança nos rumos políticos e econômicos da nação.

POPULAÇÃO ABAIXO DA LINHA DE POBREZA EXTREMA POR REGIÃO. FONTE: IBGE – PNAD COVID-19

Com informações da CartaCapital

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