Inflação dispara e castiga sobretudo os mais pobres, março registra a maior alta desde 1994

A inflação disparou em março, fechando o mês em 1,62%, segundo dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (8). É a maior alta para um mês de março desde 1994 (42,75%), antes da implantação do plano Real, que entrou em vigor em julho daquele ano.

É também a maior inflação mensal desde janeiro de 2003 (2,25%). Com o resultado, o IPCA acumula alta de 11,30% em 12 meses, maior índice desde outubro de 2003. O número veio acima do esperado pelos analistas do mercado que projetavam, em média, uma alta de 1,28%.

A alta foi puxada pelo reajuste nos preços de gasolina, diesel e gás de cozinha praticado pela Petrobras em 11 de março. Os preços de alimentos também seguem nas alturas. Alguns itens, como cenoura e tomate, dobraram de preço no intervalo de um ano. A cenoura subiu 166% em 12 meses e o tomate, 95%. Café acumula alta de 65% e o açúcar, de 40%.

Este processo corrói os salários e sangra os bolsos dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo os que ganham menos e é forçado a consumir um percentual maior da sua parca renda com alimentação.

Combustíveis e transportes

As estatísticas do IBGE indicam que em 2021 o etanol disparou 62,23% no ano passado. Já a gasolina, 47,49%. O gás de botijão subiu 36,99%. Em consequência, os transportes sofreram forte alta, pesando ainda mais no bolso dos mais pobres. A alta acumulada foi de 21,03%

Entre os gêneros alimentícios, o café foi um dos que mais encareceram em 2021. Os alimentos formam um dos grupos de maior alta de preços na composição do IPCA: subiram 14% no ano passado. As bebidas ficaram, em média, 7,94% mais caras.

essencial no orçamento do brasileiro, a energia elétrica disparou em 2021 sob efeito da crise hídrica, que limitou a operação de hidréletricas. No ano, tarifa de eletricidade residencial subiu 21,21%

Registre-se que combustíveis e conta de luz são preços administrados pelo governo e, com Bolsonaro, a política de preços é determinada pelo mercado, ou mais precisamente pelos interesses particulares de empresários e acionistas. Os interesses do povo trabalhador não são levados em conta, embora o líder da extrema direita, em campanha eleitoral, procure dissimular sua responsabilidade pelo descalabro da inflação, que caminha ao lado da estagnação econômica provocando o fenômeno que os economistas batizaram de estagflação.

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