Dieese registra queda de reajustes acima da inflação nas negociações coletivas de abril

Cerca de 62% das negociações com data-base em abril conquistaram reajustes acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC-IBGE), segundo dados analisados pelo Dieese até 12 de maio.

O número é menor do que o observado nas três primeiras datas-bases de 2023. Por outro lado, o
percentual de reajustes abaixo da inflação, que indica redução do valor real dos salários, também caiu, atingindo a menor marca no ano (3,6%).

A variação real média dos reajustes de abril (média simples, descontada a inflação) foi de 1,3%, a maior no período considerado. O percentual reflete tanto a queda do número de resultados abaixo da inflação como da grande incidência de negociações com ganhos reais entre 1% e 2% acima do INPC (cerca de 20% dos casos analisados em abril).

É a oitava variação real média positiva consecutiva registrada a partir de setembro de 2022, quando se reverteu a série de variações reais negativas que durou 23 datas-bases (10/2020 a 08/2022).

O valor do reajuste necessário para repor as perdas (equivalente à inflação acumulada de 12 meses antes da data-base) segue em queda desde setembro de 2022. Para as categorias com data-base em maio, o reajuste necessário é de 3,83%, de acordo com o INPC.

Quase 70% das 3.204 negociações coletivas de 2023, analisadas até o momento, registraram resultados acima do INPC-IBGE. Aquelas com reajustes iguais a esse índice representam cerca de 22% do painel do ano, enquanto 8% fi caram abaixo dele. A variação real média dos reajustes de 2023 é atualmente de 0,79% acima do INPC.

Fonte: Dieese

Charge: Pelicano

.

Compartilhar: