Cobiçada pelo capital estrangeiro e dilapidada pelo atual governo, Petrobras completa 69 anos

A Petrobrás completou 69 anos na última segunda-feira (3), em meio a um grave processo de desmonte.

Para se ter uma ideia mais exata do tamanho do estrago, dados do Privatômetro, do Observatório Social do Petróleo, revelam que no período de 2015 a agosto de 2022, chegamos a uma assustadora cifra de R$ 280,4 bilhões em ativos privatizados pela estatal.

Comparativamente, vê-se que o valor corresponde a mais que o orçamento de 2021 do estado de São Paulo (R$ 278,6 bi) ou 2,6 vezes o lucro de 2021 dos cinco maiores bancos do país, Bradesco (R$ 16,3 bi), Itaú (R$ 26,9 bi), Banco do Brasil (R$21 bi), Santander (R$ 16,3 bi) e Caixa (R$17,3 bi).

Se considerarmos somente o período do governo de Bolsonaro, constatamos que entre janeiro de 2019 e agosto deste ano, foram vendidos 63 ativos, 67% do total até aqui, no valor de 33,9 bilhões de dólares _cerca de R$ 175 bilhões.

Só em 2021 foram privatizados R$ 29,07 bilhões. Nesse bolo está a venda da fatia de 34,1% que a Petrobrás ainda detinha da BR Distribuidora (R$ 11,36 bilhões), além da RLAM (R$ 9,33 bilhões), Gaspetro (R$ 2,2 bilhões), os 10% restantes da participação da estatal na NTS (1,8 bilhão) e a venda do Polo Alagoas (R$ 1,6 bilhão).

Ou seja, neste aniversário, fica claro que a luta contra o desmonte da empresa, que é patrimônio de todos os brasileiros, deve ser a prioridade absoluta, não só da categoria petroleira, mas de toda a população.

Afinal, a Petrobrás, maior empresa do país e uma das maiores empresas de energia do mundo, é um motor do crescimento econômico do continente. Construída por diversas gerações de trabalhadores brasileiros, a Petrobrás é líder em desenvolvimento de tecnologia na América Latina, além de investir em projetos sociais, contribuir com o orçamento público brasileiro e garantir emprego e renda para milhares de trabalhadores.

Mais vendas

Neste momento, quatro refinarias da Petrobrás estão à venda: Refinaria Abreu e Lima (Rnest), em Pernambuco; Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná; e Refinaria Alberto Paqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. O processo de venda de três delas (Rnest, Regap e Refap) foi reaberto em julho, meses antes da eleição presidencial.

Bolsonaro, aliás, já sinalizou que pretende manter a política de venda de ativos da Petrobrás caso seja reeleito. Seu ministro da Economia, Paulo Guedes, já iniciou estudos para privatizar a Petrobrás como um todo. Essa venda não seria imediata. Dependeria, portanto, de um eventual segundo mandato de Bolsonaro.

Lula Lá

O ex-presidente Lula (PT), por sua vez, é contra a privatização da Petrobrás. Candidato mais votado durante o primeiro turno da eleição, com 48,4% dos votos válidos, Lula defende que a Petrobrás sirva para aumento de investimentos no Brasil.

Por isso, na hora de decidir seu voto no segundo turno, pense nisso. Chega de entregar a empresa ao mercado financeiro internacional. A Petrobrás é dos brasileiros!

Fonte: SindipetrosSJC

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