Carestia avança. Conta de luz vai subir e ministro pede consumo racional

Publicado 29/06/2021
Valor da bandeira vermelha 2 sobe 52%. Ministro de Minas e Energia pediu que população ‘racione consumo’ e alertou para crise hídrica
A inflação avança, é maior para os pobres e agora vai ganhar um impulso adicional com a crise na produção e abastecimento da energia hidrelétrica. A conta de luz vai aumentar mais para o consumidor brasileiro.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (29), o reajuste na bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passará de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos e representa uma alta de 52%.
A bandeira vermelha patamar 2 é uma cobrança extra para os consumidores, quando aumenta o custo da produção de energia no país. Na noite da última segunda-feira (28) o ministro Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um pronunciamento em que afirmou que o país passa por um momento de crise hídrica e avisou que a conta ficaria mais cara.
Com a pior crise hídrica vivida pelo país, nos últimos 91 anos, o ministro pediu “colaboração da população” em relação ao consumo água e luz. Ele disse ainda que o governo estuda medidas para incentivar empresas a alterar horários de consumo de energia, embora a medida ainda esteja em análise, sem, portanto, data para ser posta em prática.
Enquanto o ministro fazia seu pronunciamento em cadeia nacional, o governo editava uma medida provisória com o objetivo de dar ao ministério poderes extraordinários. Entre eles, “fortalecer a governança” do órgão para tomar medidas emergenciais em meio ao problema hídrico. Evitando um reconhecimento explícito da crise, o governo evitou na MP termos como “racionamento compulsório”.
Pode piorar
A previsão é a de que a bandeira vermelha patamar 2 vigore, no mínimo, entre os meses de julho e novembro de 2021. O novo valor será cobrado na conta de luz já no próximo mês.
A crise hídrica se choca com a privatização da Eletrobras, proposta por Bolsonaro e aprovada pela Câmara dos Deputados, que pode ferir a economia popular e causar prejuízos aos trabalhadores do país. A venda da Eletrobras deve elevar a conta de luz em até 25% num primeiro momento. E elevar o custo da indústria, das famílias e de toda a cadeia de produção da economia em R$ 460 bilhões por 30 anos.
O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) afirma que a MP é mais uma obra de mentiras do governo Bolsonaro, que prometeu reduzir o valor do custo de energia com a privatização da Eletrobras. Segundo o parlamentar, assim como a reforma da Previdência e o Teto de Gastos, que foram aprovados sob o argumento de criar empregos e atrair investidores, as promessas neoliberais não se concretizarão novamente. “Quem vai pagar a conta da privatização será o consumidor e a conta de luz vai aumentar“, afirmou ao programa Brasil TVT, da TVT.
Com RBA
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