Bolsonaro colhe novo fracasso em leilão do pré-sal

Assim como observado no megaleilão dos excedentes da cessão onerosa na quarta-feira, as multinacionais privadas do petróleo não participaram da 6ª Rodada de Partilha do Pré-Sal, realizada nesta quinta (7) no Rio de Janeiro. Apenas Petrobras, em consórcio com a estatal chinesa CNODC, arrematou a área de Aram, na Bacia de Santos.

As outras quatro áreas, Cruzeiro do Sul, Sudoeste de Sagitário, Bumerangue, também na Bacia de Santos, e Norte de Brava, na Bacia de Campos, não receberam ofertas. O consórcio da petroleira brasileira vai pagar R$ 5,05 bilhões em bônus de assinatura – e o governo deixa de arrecadar R$ 2,8 bilhões em bônus de assinatura, referentes às áreas não licitadas.

O insucesso do governo entreguista merece ser comemorado, uma vez que vem para o bem do Brasil. Mas é preciso ficar atento, pois as petroleiras privadas estão exigindo a mudança do sistema de partilha, mais favorável aos interesses nacionais, e o retorno das concessões, em que a entrega do petróleo é quase total, ou seja, permite maiores lucros devido à subtração de impostos e outras despesas.

O governo entreguista de Bolsonaro já fala em alterar as regras para agradar as petroleiras privadas estrangeiras. Elas pedem, ainda, o fim da preferência da Petrobras na exploração do pré-sal e a isenção de pagamento à estatal brasileira a título de restituição dos investimentos realizados para descobrir a existência de óleo nas profundidades marítimas.

Não deixa de ser curioso notar que quem livrou o leilão organizado pelos fundamentalistas neoliberais do completo fracasso foi a participação das empresas estatais: nossa querida Petrobras em parceria (minoritária) com empresas do governo da China, orientadas pelo Partido Comunista. O Clã Bolsonaro, baba-ovo do imperialismo que cultiva o ódio anticomunista mas é constrangido a reprimir os instintos ideológicos irracionais nas relações com Pequim, está sendo compelido a deglutir sapos.

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