Streaming já supera SBT, Band e RedeTV juntos

Por Altamiro Borges

A crise do modelo de negócios da mídia tradicional segue em ritmo acelerado. O jornalista Ricardo Feltrin informa que “o consumo de serviços de streaming pelos brasileiros já supera a audiência de canais abertos como SBT, Band e RedeTV somados”. Os dados referentes ao mês passado foram obtidos com exclusividade por sua coluna no site UOL.

“Em março, nas 24 horas do dia, o streaming marcou 6,3 pontos de ibope e 16,4% de share (ou seja, mais de 16 em cada 100 TVs ligadas no país consumindo esses serviços dia e noite). A soma de SBT, Band e RedeTV rendeu 5,3 pontos e 13,9% de share. O streaming também supera a vice-líder Record (4,4 pontos) e toda a TV paga (também 4,4 pontos)”.

A força da transmissão pela internet já havia sido marcante em 2020, agravando a crise nas emissoras – com demissões e cortes de salários. “Naquele ano essa nova forma de entretenimento conquistou o 2º lugar isolado na preferência dos telespectadores brasileiros, ficando só atrás da Globo (13,3 pontos de ibope e 24,8% de share)”.

TV aberta perde fôlego e volta a cair

Em outra postagem, do início de abril, o mesmo Ricardo Feltrin observa que “depois de dois anos de alto consumo devido à Covid-19, e ao confinamento da população, a TV aberta já perdeu o fôlego e voltou aos patamares pré-pandemia. Em apenas um ano, o total de TVs ligadas já caiu 11%. Em março de 2021, o número era de 38% no país, na média das 24 horas. No mês passado, esse índice recuou para 34%”.

A TV Globo caiu de 13,3 pontos em março de 2021 para 11,6 em março de 2022 (queda em torno de 12%). A vice-líder, Record, teve queda de 4,40 pontos para 4.0 (-9%). O SBT amargou uma perda maior: de 3,7 para 3,2 (-16%). Quarta colocada no país, a Band foi a que teve a menor perda: apenas 1%. “Já a RedeTV rolou ladeira abaixo com uma perda de ibope de 30%. Caiu do já magro meio ponto de ibope no ano passado para 0,3 ponto agora”.

A TV por assinatura também segue afundando. “Os canais pagos perderam cerca de 24% de ibope em um ano (de 4,4 para 3,3 pontos)”, detalha Ricardo Feltrin.