Sinpro-Campinas exibe documentário “Menino 23” e faz debate sobre racismo estrutural

No último sábado, dia 26, Sindicato dos professores de Campinas (Sinpro-Campinas), no interior de São Paulo, exibiu o filme “Menino 23: Infâncias Perdidas no Brasil”, de Belisário França, seguido por um debate sobre racismo e a resistência do movimento negro, coordenado pela diretora do sindicato, secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da CTB-SP, Lidiane Gomes, e o diretor do Sinpro-Campinas, André Campos. O evento foi parte da programação do mês da consciência negra.

O filme, ganhador de melhor roteiro e montagem no Cine Ceará, tem como ponto de partida a tese de doutorado “Educação, Autoritarismo e Eugenia: Exploração do Trabalho e Violência à Infância Desamparada do Brasil (1930- 1945)”, do professor e historiador Sidney Aguilar Filho.

lidiane evento menino 23

No debate, Lidiane Gomes, falou sobre a importância do combate ao racismo estrutural em todos os setores da sociedade, principalmente na educação. Ela lembrou de sua época de universitária, quando era a única negra no seu curso a se graduar, para exemplificar a falta de representação da população negra nas universidades.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou pardos (grupos agregados na definição de negros), porém apenas 12,8% dos negros entre 18 e 24 anos chegaram ao nível superior.

Menino 23

A partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, o filme acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar e a descoberta de um fato assustador: durante os anos 1930, cinquenta meninos negros e mulatos foram levados de um orfanato no Rio de Janeiro para a fazenda onde os tijolos foram encontrados. Lá, passaram a ser identificados por números e foram submetidos ao trabalho escravo por uma família que fazia parte da elite política e econômica do país, e que não escodia sua simpatia pelo ideário nazista. Aos 83 anos, dois sobreviventes dessa tragédia brasileira, Aloísio Silva (o “menino 23”) e Argemiro Santos, assim como a família de José Alves de Almeida (o “Dois”), revelam suas histórias pela primeira vez.

Fonte: Sinpro-Campinas e Filmes Cult

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