Para Lula, reportagem de “O Globo” sobre pré-sal é vergonhosa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou a manchete da primeira página de “O Globo” desta quinta-feira (15/07). Para ele, a reportagem é uma “vergonha” e demonstra que os repórteres “não conhecem a Petrobras”.

A matéria intitulada “O Brasil na contramão do mundo” afirma que o país avança na produção de petróleo em águas profundas, enquanto EUA e União Europeia suspenderam esse tipo de exploração.

“Eu não gosto de citar manchete não, mas a manchete dizer que ‘a Europa está parando de tirar petróleo do fundo do mar…’ Eles não têm! Isso aqui, essa manchete aqui é vergonha, o eles deveriam estar fazendo nessa manchete era criticando a incompetência dos Estados Unidos em não ter terminado ainda o vazamento de óleo que já dura mais de 60 dias. Então, significa que eles nem conhecem a Petrobras, porque se conhecessem não fariam uma manchete dessa”, afirmou Lula em entrevista nesta quinta-feira, sobre o início das explorações na camada pré-sal.

Divergências na própria matéria

A reportagem de “O Globo” ouviu especialistas favoráveis e contrários à exploração do pré-sal, mas escolheu a opinião de um deles para “sustentar” os argumentos levados à capa do jornal. “Radicalmente contrário à exploração do pré-sal, o diretor de campanhas do Greenpeace, Sergio Leitão, frisa que o Brasil vai na contramão dos esforços mundiais para reduzir as emissões de CO2. Para ele, os bilhões que serão investidos no pré-sal deveriam ser aplicados em pesquisas para desenvolver energias alternativas”, diz trecho do texto.

Por outro lado, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, garantiu que as normas de segurança adotadas no Brasil estão entre as melhores do mundo e não vê motivos para a suspensão de futuros projetos em águas profundas no país. “A nossa legislação de segurança operacional é considerada uma das mais modernas do mundo. Soubemos dessa notícia pela imprensa (suspensão em outros países) e, por enquanto, não temos a intenção de adotar medida semelhante”, afirmou Lima, completando que o acidente da BP ajudará a aperfeiçoar a legislação.

Já Edmar de Almeida, do Grupo de Energia do Instituto de Economia da UFRJ, também ouvido pelo jornal, reconhece que houve falhas graves da BP, mas afirma que o Brasil deve manter seu programa no pré-sal. “Risco sempre tem. Mas uma moratória é uma resposta política à pressão popular. Além disso, a produção nas bacias brasileiras não está caindo como na Europa. Estamos apenas no início da festa. Portanto, o Brasil não tem que entrar nessa onda. O que deve ser feito é investir em tecnologia para mitigar riscos”, afirmou, categoricamente.

Da redação, com informações do Comunique-se

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