O documentário brasileiro “Osvaldão” está na 38° Mostra de Cinema Internacional, que acontece entre os dias 16 e 29 de outubro em São Paulo. O filme narra a trajetória do campeão de boxe, mineiro de Passa Quatro, que se misturou com a floresta e se transformou em comandante da Guerrilha do Araguaia.
Com narrações do cantor Criolo, do ator Antônio Pitanga e da artista Leci Brandão, “Osvaldão” revela o mito do homem que era “invisível”, temido pela ditadura militar e adorado pela população local.
O longa-metragem foi produzido por Renata Petta e dirigido por Vandré Fernandes, Ana Petta, Fabio Bardella e André Michiles.
“Osvaldão” foi gravado em Passa Quatro, Araguaia e Rio de Janeiro, além de conter imagens exclusivas de um documentário do Praga Filme Pujikovna, que retrata o cotidiano de alunos de várias partes do mundo em Praga, em 1961. Osvaldão foi protagonista do documentário.
O filme estreou na última quinta-feira (17) na Mostra. O filme segue em cartaz e será exibido mais duas vezes: uma no dia 28, às 15h30, no Museu da Imagem e do Som; outra no dia 29, às 19h, no Centro Cultural São Paulo, na Sala Lima Barreto.
Osvaldão
Osvaldo Orlando da Costa foi o primeiro combatente a chegar no sul do Pará, na região do Araguaia, em 1967, com a missão de implantar uma guerrilha junto com outros companheiros. O maior conhecedor da área entre os demais guerrilheiros morreu em 1974, com 35 anos, desarmado e faminto. Teve seu corpo pendurado em um helicóptero para provar ao povo que estava morto. Até hoje os restos mortais de Osvaldão não foram encontrados. O filme traz ainda uma contribuição ao restabelecimento da memória do país e a luta pelos direitos humanos.
Guerrilha do Araguaia
A Guerrilha do Araguaia ocorreu no início da década de 70, na região no sul do Pará. Foi uma batalha desigual entre combatentes revolucionários e as forças de repressão do regime reacionário imposto ao país com o golpe de 1964. Entre 1972 e 1975, a Guerrilha do Araguaia foi alvo da maior ação do exército desde a Guerra de Canudos. Durante as ações militares, os agentes de repressão da ditadura teriam cometido graves violações aos direitos humanos. Estima-se que pelo menos 70 dos desaparecidos políticos no Brasil tenham sido mortos por militares durante as ações de repressão.