O quadrinista Gabriel Bá foi censurado na Globo, no programa “Conversa com Bial”

Convidado para participar da edição desta terça-feira (28) do programa Conversa com Bial, na TV Globo, o quadrinista Gabriel Bá foi impedido de utilizar um boné com uma estrela vermelha, semelhante ao utilizado pelo ex-líder cubano Fidel Castro. A estrela foi parcialmente coberta por fita isolante durante a gravação da entrevista.

De acordo com Gabriel, gêmeo do também quadrinista Fábio Moon, a produção da atração havia pedido para que símbolos políticos não fossem exibidos nas vestimentas.

“‘Evite números para que não haja associação a marcas ou partidos políticos’. Essa foi uma das dicas de vestuário da produção do programa. Mesmo assim, fui com meu boné verde com estrela vermelha, que trouxe do Vietnam. Tenho outros, mas gosto deste, do que ele representa. Foi minha escolha”, escreveu ele em publicação acompanhada de um desenho do boné com fita isolante.

“Chegando no estúdio, o pessoal do figurino, respondendo à diretoria do programa, disse que a estrela não ia rolar. Claro que não fiquei contente, mas eu fiz uma escolha antes: a de ir com o boné. Entre entrar com a estrela coberta ou entrar sem boné, escolhi o boné. E escolheria novamente. Poderia ser um tucaninho azul e amarelo ou um número 45, o logo da Adidas ou o escudo do Palmeiras. Seria coberto da mesma maneira. Prefiro ver agora esse debate todo e o povo refletindo do que simplesmente ter entrado sem boné”, completou o artista, um dos autores da adaptação para quadrinhos de Como falar com garotas em festas, baseado em um conto do autor britânico Neil Gaiman.

A Globo rebateu as acusações de ter cometido censura, mas confirmou que não autorizou o uso do boné com a estrela vermelha. “Existe uma orientação geral para que os convidados evitem roupas com marcas aparentes, e símbolos e números que remetam a partidos políticos. Esse cuidado reforça a isenção do programa. Não há qualquer tipo de censura ou restrição ao conteúdo da entrevista. Os convidados discorrem livremente sobre questões políticas e expõem opiniões pessoais”.

Fonte: Jornal do Brasil

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